Programa visa dobrar produção de leite do RS em 10 anos

Financiamento de 44 mil resfriadores deve contribuir também para o aumento da qualidade do produtoDobrar a produção de leite do Rio Grande do Sul em dez anos é o principal objetivo do Programa Mais Leite de Qualidade, lançando pelo governo do Estado nesta segunda, dia 4, na Expodireto Cotrijal. A iniciativa financiará até 44 mil resfriadores de leite aos produtores gaúchos, com recurso de cerca de R$ 440 milhões.

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O Estado produziu 4,19 bilhões de litros de leite em 2012, 8% a mais do que em 2011, segundo o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat). Se compararmos o saldo do último ano com o dado de 2004, quando os gaúchos produziram 2,36 bilhões de litros de leite, o crescimento da produção chega a 77%.

Segundo o secretário de Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, o programa nasceu dos debates da Câmara Setorial do Leite, nos últimos dois anos:

— Essa iniciativa é resultado de debates com produtores e indústrias. Ter resfriadores de maior capacidade é um incentivo para que os gaúchos produzam mais — explica.

Conforme o secretário, os equipamentos mais modernos também contribuem para aumentar a qualidade do leite e, com isso, agregar maior valor ao produto.

— O financiamento se paga com os centavos a mais que o produtor ganhar com cada litro de leite de melhor qualidade — afirma Mainardi.

O programa deve ser apresentado oficialmente em abril. O secretário executivo do Sindilat, Darlan Palharini, explica que o governo também precisa contribuir para tornar o produto gaúcho mais competitivo, com a redução do custo de produção. Segundo ele, o leite produzido no Estado não perde em qualidade para o produto argentino ou uruguaio, mas os outros países levam vantagem no mercado nacional por ter um preço de produção inferior.

Já na visão dos empresários, a iniciativa é animadora, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Estado (Simers), Claudio Bier. Ele explica que o financiamento dos equipamentos deve gerar empregos e aumentar a capacidade de produção das cerca de cinco empresas do setor instaladas no Rio Grande do Sul.

Atualmente, 121 mil famílias de 449 municípios gaúchos produzem leite, com um rebanho de cerca de 1,4 milhão de animais.

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