Segundo o analista de Safras e Mercado Rafael Blaca, a pressão interna continua predominando sobre o setor, que sofre com a maior oferta para carnes concorrentes como a bovina e de frango.
? Por outro lado, analisando as cotações a partir da virada de mês, percebe-se uma estabilidade, diante da tradicional maior demanda atrelada ao recebimento de salários pela população ? explica.
Blaca acrescenta que o melhor desempenho das exportações de carne suína in natura ao longo de fevereiro também influencia no quadro de preços, contribuindo para sua manutenção.
O Brasil arrecadou US$ 86,3 milhões com as exportações de carne suína “in natura” de fevereiro. A média diária de embarques atingiu US$ 4,8 milhões, desempenho 50,7% superior dos US$ 3,2 milhões de janeiro, quando a receita total foi de US$ 66,8 milhões.
O volume total de carne suína embarcado ficou em 40,5 mil toneladas, com média diária de 2,2 mil toneladas, 46,9% superior à média diária de janeiro. O preço médio pago pela carne suína brasileira valorizou. Em fevereiro, a carne suína in natura foi negociada a US$ 2.132,8 por tonelada, valor 2,6% superior ao de janeiro.
No comparativo com fevereiro de 2008, quando a receita média diária com exportações atingiu US$ 4,6 milhões, o desempenho de fevereiro último foi 5,1% superior. Os números são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
O Paraná indicou recuo de cinco centavos no preço ante à semana passada, cotado a R$ 1,75 para o quilo vivo no Oeste do Estado. No mercado livre do Estado o valor recuou de R$ 1,60 para R$ 1,55. Em Mato Grosso do Sul o preço em Campo Grande teve queda de cinco centavos, cotado a R$ 1,85. Em Mato Grosso também houve recuo de dez centavos no preço, que passou de R$ 1,70 para R$ 1,60. Em Goiás, o valor pago pelo quilo seguiu em R$ 2,20. Já em Minas Gerais o valor pago pelo quilo vivo do suíno caiu de R$ 2,20 para R$ 2,15.
Pelo menos no curto prazo, a situação da suinocultura quanto à crise parece continuar indefinida. Segundo o deputado Valdir Colatto (PMDB), o Ministério da Agricultura não apresentou solução imediata após encontro com representantes do setor suinícola e parlamentares da bancada ruralista na última quarta, dia 4, em Brasília.
? Esperávamos que o governo anunciasse a abertura de uma linha de financiamento para os criadores de suínos enfrentarem a queda nos preços, mas isso não ocorreu ainda porque depende de uma decisão dos bancos ? informou.
Ele disse, no entanto, que o ministério tentará definir um preço mínimo para a comercialização da carne suína, que ficaria em R$ 1,80. Atualmente o quilo do suíno tem sido vendido por R$ 1,60. A aprovação depende do Conselho Monetário Nacional.