Na fazenda arrendada em Taubaté, interior de São Paulo, o produtor José Benedito da Cunha faz o trabalho de ordenha sozinho. Por vezes conta com a ajuda da mulher, dona Aparecida. Ele não consegue manter funcionários para tocar a produção de 350 litros de leite por dia por conta do alto custo.
Se o custo da mão de obra cresce todo o ano devido ao reajuste do salário mínimo, o mesmo não acontece com o valor do litro do leite. O produtor reclama que nos últimos três anos o valor quase não teve reajuste.
Cunha vende a produção para a Cooperativa do Médio Vale do Paraíba (COMEVAP). Apesar do descontentamento, ele recebe pelo leite mais do que é pago na média nacional, que em fevereiro fechou em R$ 0,89 o litro no preço bruto e R$ 0,82 o valor líquido, descontando frete e impostos, o que representa uma ligeira alta, de 1,35%, em relação a janeiro e cerca de 0,05% na comparação com o mesmo período do ano passado. O índice é calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Os produtores dizem que trabalham com uma pequena margem de lucro, de 5% a 10% sobre o valor líquido.
Além do custo elevado de produção e do preço pago pelo litro, a importação também prejudica o mercado interno.