Novidades tecnológicas e de pesquisa são destaque no Terceiro Simpósio da Abraveq Sul

Evento realizado em Gramado (RS) contou com especialistas do Brasil, Estados Unidos e Argentina que palestraram para cerca de 400 profissionais e estudantes de veterináriaTerminou neste domingo, dia 17, em Gramado (RS), o 3º Simpósio da Associação Brasileira de Médicos Veterinários de Equídeos (Abraveq Sul). Especialistas do Brasil, Estados Unidos e Argentina palestraram durante três dias para cerca de 400 profissionais e estudantes de veterinária. As novidades tecnológicas e de pesquisa foram o grande destaque do congresso.

Cruzar animais com o objetivo de obter uma determinada pelagem não é tarefa tão simples. É preciso trabalhar com probabilidades. E os testes genéticos hoje são importante ferramenta.

Segundo o professor veterinária da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), Héden Luiz Marques Moreira, são poucos os laboratórios que realizam exames no Brasil, mas um banco de DNA para análise de pelagens está sendo montado na universidade de Pelotas, e já conta com mais de 500 amostras. Através de coleta de sangue dos pais, é possível determinar a pelagem do animal que vai nascer. E também pode ser feita a coleta do potro já nascido, para evitar erros bastante comuns de registro da pelagem.

– E também alguns casos de doenças, por exemplo, o oveiro frame, colocado internacionalmente, que não podemos cruzar dois oveiros que geram animais com probabilidade de morrer. E outra questão do melado, cruzar baio com baio, poderia se fazer esse acerto na orientação dos cruzamentos pra evitar prejuízo , uma perda de produto que não pode ser registrado pela associação – diz Moreira.

O evento também serviu para lançar novas tecnologias, como o aparelho de ultrassom colorido. O equipamento, de fabricação norte-americana, já vem sendo usado no Brasil há pelo menos cinco anos, em pequenos animais. E agora começa a ser difundido no mercado de equinos, principalmente para monitorar a gestação nas éguas.

O veterinário Fabrício Marino pensa em adquirir um aparelho, que custa entre R$ 50 mil e R$ 70 mil, para evitar doenças que podem se apresentar ainda no início de uma prenhez.

– Tu vai examinar uma égua com um número x de dias de gestação e ela já começa com um processo inflamatório no útero, uma placentite. Com o Doppler, se consegue antes de qualquer patologia entrar com a medicação e salvar uma gestação. Então, é um investimento que compensa, vale a pena! – fala Marino.

Paralelo ao simpósio, pelo terceiro ano consecutivo, foi realizado também o Congresso do Cavalo Crioulo, com palestras e dias de campo. A raça, hoje, é  uma das que mais crescem no mercado equestre nacional. Movimenta, segundo pesquisa da Esalq, R$ 1,3 bilhão por ano, e gera 240 mil postos de trabalho. São mais de 300 mil animais registrados em todo o país, e a expectativa, segundo o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), Mauro Ferreira, é de uma expansão a galope para a próxima década.

– A gente imagina que os sócios devem crescer em 50% nos próximos 10 anos, e os criadores aproximadamente de 130%. Nós temos uma responsabilidade de administrar bem esse crescimento da raça e de prospectar mercados que absorvam esse número crescente – diz Mauro Ferreira.

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