A iniciativa faz parte do plano que o Ministério da Justiça está traçando para combater esse tipo de crime e será anunciada nesta segunda, dia 9, em Bagé, em um encontro que ocorre até amanhã entre representantes dos governos federal e estadual e de 42 municípios gaúchos.
A central deverá entrar em operação neste semestre, acredita o coordenador do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) na área de abigeato, Luiz Paulo Barreto.
Ela terá estrutura própria, em uma sede que está sendo providenciada pela prefeitura de Bagé. Contará com telefone e site para denúncias. A central reunirá informações sobre quem são os ladrões, como atuam, quais as fazendas visadas, por quais rodovias os criminosos se deslocam e quais estabelecimentos estão recebendo a carne roubada ou furtada.
No local, serão definidas as estratégias para coibir o crime e as operações a serem elaboradas. Vão atuar na estrutura pessoas ligadas ao Ministério da Justiça, mas o trabalho será desenvolvido em parceria com Brigada Militar, Polícia Civil, polícias rodoviárias, Receita Federal e Polícia Federal. Não há um orçamento definido para a central, mas conforme Barreto, ela terá à disposição viaturas e possivelmente um helicóptero.
A iniciativa do encontro com representantes de 42 municípios gaúchos tem por base o relato feito por prefeitos, sindicalistas e produtores.
? Queremos ouvir a realidade dos pecuaristas e prefeitos para juntos definirmos uma estratégia eficaz contra esse tipo de crime ? diz Barreto.
Hoje, o Rio Grande do Sul detém cerca de 80% dos casos de abigeato registrados no país, ficando bem à frente de Estados como Goiás e Mato Grosso do Sul. De acordo com a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), são 13 milhões de cabeças de gado em território gaúcho. Em 2008, cerca de 1,5 milhão de animais foram abatidos legalmente. O abigeato chegou perto: foi responsável por mais de 1 milhão de abates.
? Não podemos deixar que o abigeato siga o mesmo caminho da pirataria. De um crime pequeno, passou a ser praticado por profissionais, com rede de abates e esquemas com o varejo. É uma máfia ? compara Barreto.