Regras para concessão de ferrovias foram bem recebidas pelos investidores, diz representante do governo

Modelo do edital previsto pelo governo tem como objetivo possibilitar um preço de acesso mais competitivo e atrair um maior número de investidoresO modelo de concessão de ferrovias apresentado pelo governo federal foi bem recebido pelos investidores do setor, disse na quarta, dia 20, Bernardo Figueiredo, presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), vinculada ao Ministério dos Transportes.

– Todos os investidores com quem eu já conversei gostaram do edital – declarou.

Figueiredo explicou que o modelo do edital previsto pelo governo, no qual a Valec – empresa pública de construção e exploração de infraestrutura ferroviária – compra toda a capacidade de operação, tem como objetivo possibilitar um preço de acesso mais competitivo e atrair um maior número de investidores.

– O risco de demanda é importante porque permite formar um preço mais competitivo para o mercado. Se a gente for passar o risco de demanda para o investidor, ele vai ser conservador e colocará o preço lá em cima. Então a ferrovia não gera os efeitos esperados.

Segundo Figueiredo, serão feitas reuniões com a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) e com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) para debater os detalhes do edital.

De acordo com as regras do edital para a ferrovia entre Açailândia (MA) e Porto de Vila do Conde, em Belém (PA), que servirá como modelo para outros leilões, o governo deverá antecipar para as empresas vencedoras dos leilões 15% do investimento previsto para a obra. O modelo também prevê uma parceria público-privada, na qual o governo concede à iniciativa privada, por meio de licitação, a construção da ferrovia, e depois compra a capacidade de operação.

O Programa de Investimentos em Logística prevê investimentos de R$ 91 bilhões para a construção de 10 mil quilômetros de ferrovias.