Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suíno, Marcelo Lopes, uma bactéria teria sido encontrada em uma carne congelada de origem brasileira. Os relatórios com mais detalhes sobre a restrição, porém, ainda não chegaram ao Ministério da Agricultura. De acordo com Lopes, no entanto, o embargo também pode ter motivações comerciais.
– Acredito que seja um fato isolado, ainda não temos mais informações sobre isso, mas poderia ser também algum bloqueio comercial. É uma preocupação, estamos apreensivos, mas já estão sendo tomadas as providências emergenciais para que a gente não sofra as consequências desse novo embargo.
Em 2012, 24% da carne suína exportada pelo Brasil teve como destino a Ucrânia. Foram 139 mil toneladas, no valor de US$ 359 milhões. Lopes não descartou a possibilidade de outros países decidirem embargar as importações de carne suína a partir do bloqueio ucraniano, mas afirmou que acredita que a situação será contornada pelas autoridades brasileiras.
– Isso sempre afeta o mercado externo, mas quero acreditar que é um problema isolado, que esteja sendo resolvido, e que não vá afetar as exportações como um todo. Temos várias plantas em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul que são habilitadas. É preciso verificar de qual dessas plantas veio a carne contaminada e tomar providência em relação a essa planta. Com as demais, tenho certeza de que não teremos problemas e que o país vai continuar exportando.
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O jornal Folha de São Paulo apontou ainda outro fator que pode ter influenciado o embargo ucraniano à carne suína brasileira. O embargo russo imposto às carnes brasileiras em 2011 representou uma forte queda de fornecimento dos produtos para aquele mercado, enquanto as exportações para a Ucrânia avançaram rapidamente. A possibilidade de parte dessa carne estar sendo enviada à Rússia também pode ter colaborado para a decisão de suspensão das importações.
Em razão da importância econômica do mercado ucraniano, o governo brasileiro já está agindo para reverter o bloqueio. Autoridades do Ministérios se reuniram na tarde desta quinta para definir um plano de ação. A primeira é o envio de uma nota técnica ao país para que as restrições sejam mantidas somente para os frigoríficos que apresentaram o problema. Uma missão técnica também deve visitar o país em breve.
