Apesar de dificultar a colheita, a umidade favorece as lavouras que foram semeadas mais tarde, pois facilita o processo de enchimento dos grãos. Ainda segundo a Emater/RS, devido à maior oferta do grão, o preço da saca de 60 quilos teve recuo no Estado e está cotada, em média, em R$ 26,39, valor 3,8% menor do que o registrado na semana anterior.
Na região central do Estado, a colheita do grão encerrou na última semana com uma produção de 150 mil sacas, um número acima do esperado. Nos últimos cinco anos, os preços praticados animam os produtores, que estão investindo mais em tecnologia.
Setenta e cinco por centro da produção de milho de Santa Cruz do Sul é colhida na safrinha e 25% na safra normal, que terminou na semana passada. Este ano, com a ajuda do clima, o município teve aumento de produtividade.
– No total, foram mil sacos de milho. De nove mil hectares plantados, dois são dedicados à silagem – diz o engenheiro agrônomo da Emater-RS Assilo Corrêa Junior.
A região conta com quatro mil famílias que produzem milho dentro do sistema da agricultura familiar. De acordo com a Emater, outro fator positivo foi o aumento no preço do grão , que permitiu aos produtores maiores possibilidades de investimentos nas lavouras.
– Há cinco anos, a saca saía por R$ 15,40, e hoje está saindo por R$ 26,00, o que incentiva os produtores a comprar melhores adubos, a cuidar da lavoura. Por isso, vamos ter uma safra acima do esperado – diz o especialista.
Outras culturas
Com as boas condições climáticas das últimas semanas no Rio Grande do Sul, as lavouras de soja entram na fase de formação do grão e maturação com boas perspectivas de colheita, mesmo que algumas de ciclo precoce apresentem potencial de produtividade inferior ao esperado incialmente.
Em termos gerais, a colheita no Estado chega a 25% do total semeado neste ano, com outros 29% já maduros para a colheita. Entre as lavouras já colhidas de soja precoce, o Informativo Conjuntural, elaborado pela Emater/RS-Ascar, destaca as áreas de soja irrigada, cuja produtividade (de60 sacas por hectare) é mais de 50% superior às áreas de soja precoce não irrigada.
Arroz
A colheita do arroz já atinge 45% do total plantado este ano, sendo que em algumas áreas o percentual é maior, como em Barra do Quaraí que atinge 60%. A produtividade, de maneira geral, está dentro das estimativas, sendo que em alguns casos, está menor em relação ao ano anterior, devido às condições climáticas adversas como frio na floração e ocorrência de doenças pelo excesso de umidade. As barragens estão com boa reserva de água ainda, sendo que algumas estão completamente cheias.
Feijão
A lavoura da safrinha de feijão no Estado alcançou, nesta semana, 70% com a área semeada, mantendo bom desenvolvimento vegetativo e se encontrando em início de floração em aproximadamente 15% dessa área. As condições meteorológicas, com boa umidade no solo e insolação, tem beneficiado a cultura. Os agricultores mantêm-se realizando os tratos culturais, especialmente na complementação da fertilização.
Citrus
Intensifica-se a colheita dos citrus superprecoces. Os frutos estão com boa sanidade, calibre médio e melhoramento na doçura da polpa e coloração típica. Regiões mais quentes, como nos vales dos rios Caí e Uruguai, o ataque de pragas, principalmente moscas das frutas, ocorre de forma intensa, preocupando e exigindo intervenções nos pomares por parte dos citricultores.
Hortaliças
Segue firme o plantio das hortaliças folhosas e outonais em todo o rincão gaúcho, com boas perspectivas de produção e valoração. A maioria das regiões sente efeitos do excesso de chuvas, o que impõe ritmo mais cadenciado na atividade. As olerícolas cultivadas em ambiente protegido (plasticultura) vem apresentando ótimos rendimentos e poucas, senão raras, perdas na produção. Também se verifica o início do preparo do solo para o cultivo das hortaliças de inverno.
Piscicultura
As condições climático-ambientais da semana anterior foram razoáveis para o desnvolvimento da piscicultura, na maioria dos municípios produtores de pescado em cativeiro do Estado. Neste momento, os piscicultores estão executando ou se preparando para as despescas da Páscoa e as reservas de alevinos para o povoamento dos açudes despescados no período da Semana Santa.