Tecnologia no campo será prioridade no Plano Safra 2013/14

Em audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, CNA defendeu redução da taxa de juros e aumento do limite de crédito por produtorIncentivo à incorporação de tecnologias no campo é uma das prioridades do governo na elaboração do Plano Safra 2013/14, afirmou João Rabelo Junior, diretor-adjunto de Política Agrícola do Ministério da Fazenda. Segundo Rabelo, os investimentos são necessários para aumentar a produção sem expandir a área cultivada. O diretor lembrou ainda que a redução da mão de obra no campo requer maior automatização.

O anúncio foi feito durante audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, que contou também com a participação de Rosemeire Cristina dos Santos, superintendente técnica da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Rosemeire defendeu a redução da taxa de juros para custeio e comercialização, dos atuais 5,5% ao ano para 4,25% ao ano, além do aumento do montante de recursos destinados ao financiamento da agricultura empresarial. A CNA estima que o plantio de 53 milhões de hectares implica gastos de R$ 191,7 bilhões com o custeio da safra. Considerando recursos próprios e financiamento privado, a entidade calcula que serão necessários R$ 132 bilhões de recursos para o Plano Safra, valor 14,5% acima do programado para a safra atual.

Outra reivindicação apresentada pela CNA é o aumento do limite de crédito por produtor dos atuais R$ 800 mil para R$ 1 milhão, levando em conta a alta de 18% nos custos de produção. A entidade também defende a regionalização dos limites do crédito rural, considerando também as características das lavouras.

Além disso, a proposta da CNA pede um programa de fortalecimento da cadeia produtiva do leite, com recursos de R$ 1,1 bilhão. A entidade elogiou o programa de incentivo à Agricultura de Baixo Carbono (ABC), mas reivindicou que os recursos para financiar as práticas sustentáveis passe dos atuais R$ 3,5 bilhões para R$ 4 bilhões.

Glauber Silveira, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), também participou da audiência. Silveira apresentou uma proposta de aumento dos limites de crédito do custeio agrícola dos atuais R$ 800 mil para R$ 1,7 milhão, devido ao custo variável da produção de soja. A Aprosoja defende o lançamento de um programa de incentivo à armazenagem com taxas de juros de 3% ao ano e prazo de pagamento de 12 anos, com três de carência.

O plano deve ser anunciado pela presidente Dilma Rousseff até junho.