– Está mais difícil vender por causa da superestimativa dos fretes – disse.
Para ele, no entanto, há uma tendência de reequilíbrio nos preços para transportar os grãos, com adaptação à Lei dos Caminhoneiros e investimentos das empresas transportadoras. A empresa vende toda a produção de milho e soja na fazenda, de acordo com Pavinato. A SLC Agrícola é uma das maiores proprietárias de terras do Brasil e uma das maiores produtoras agrícolas brasileiras em área cultivada de algodão, soja e milho.
O executivo afirmou que os preços atuais de milho e soja, em queda na comparação com o ano passado, correspondem a uma precificação de uma safra cheia nos Estados Unidos e no Brasil, mesmo movimento visto no período anterior, antes da seca diminuir a produção americana. Na avaliação de Pavinato, há espaço para uma boa remuneração da produção de milho no Paraná, mesmo com a safra cheia, por causa da demanda existente das agroindústrias, especialmente em Santa Catarina.
A companhia projeta cultivar 310 mil hectares na safra 2013/2014, ante 280 mil hectares semeados no ciclo 2012/2013. As três culturas (milho, soja e algodão) devem crescer em área plantada, mas a distribuição das culturas ainda não foi definida pela empresa. O crescimento da área cultivada se dá sobre áreas adquiridas e que serão abertas pela SLC neste ciclo, parcerias com produtores e arrendamentos.
Pavinato disse que a empresa segue trabalhando na compra de terras, mas espera acomodação dos preços para fechar novos negócios. A tendência, no longo prazo, é que os preços das terras continuem subindo. No curto prazo, porém, com o recuo e acomodação das cotações da soja, o mesmo movimento deve ocorrer com as terras, de acordo com o executivo.
Algodão
Com média de 50% do faturamento vindo do algodão, a SLC Agrícola afirma que mantêm os investimentos na fibra, com maior facilidade para agregar valor, ainda que o avanço da demanda esteja em linha com o crescimento da população.
– O algodão exige tecnologia, manejo e estratégia comercial – reforça. Mesmo os problemas logísticos têm menor impacto no faturamento com a produção da fibra, na casa de 8%.
Logística
O executivo afirmou também que, com os atuais custos logísticos, o Brasil não tem condições de competir internacionalmente no mercado de milho com Estados Unidos, Argentina e Europa. Ele destacou que hoje o custo de transporte para levar o milho de Mato Grosso até o porto custa entre 50% e 60% do valor do produto. Na soja, esse porcentual está em, no máximo, 30%.
– O preço está mais alto para pagar a conta logística brasileira, e o produtor americano está ganhando mais do que isso – exemplificou.
A rentabilidade da produção brasileira, em compensação, está caindo.
– Hoje (a logística) está gerando uma perda para toda a cadeia. O produtor está ganhando menos, a trading, que já estava comprada, está perdendo, e o consumidor vai pagar mais pelo produto – argumentou.
Pavinato avaliou, ainda, que a maior volatilidade das cotações das commodities agrícolas, com o aumento do cultivo em áreas marginais, de maior risco climático, e o maior volume de negociação dos grãos no mercado financeiro, exige rigoroso controle das despesas.
– O custo de fertilizantes tem oscilação muito grande ao longo do ano. Se você compra no período errado, fixa custo alto – explicou.
O CEO da SLC Agrícola participa nesta segunda, dia 8, de evento do Espírito Santo Investment Bank, em São Paulo, sobre o momento atual e as perspectivas para o agronegócio brasileiro, cujo tema é “Onde estamos e para onde vamos?”.
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