Segundo Lourenço, os indicadores preliminares, relativos ao primeiro trimestre de 2009, apontam o desenho de uma recessão técnica no Brasil, configurada no decréscimo do PIB por dois trimestres consecutivos, acompanhando a rota cadente da economia mundial. Ele lembrou que o declínio liderado pela indústria (-7,6%) é o maior desde os últimos três meses de 1996 (-7,9%).
? Os efeitos multiplicadores são negativos nos níveis de emprego e renda de diversas cadeias produtivas e, inclusive, nas receitas fiscais.
O encolhimento nos investimentos (-9,8%, o maior da história) e nas importações (-8,2%, o primeiro desde o terceiro trimestre de 2005, quando caiu 0,5%) refletem, na opinião do economista, não apenas o decréscimo da demanda (externa e doméstica), mas, sobretudo, as apostas “de prosseguimento da marcha cadente dos lucros, por conta da deterioração das expectativas quando ao futuro da economia em curto e médio prazo, o que forçou o cancelamento e/ou o engavetamento, pela empresas, dos projetos de modernização e ampliação das plantas produtivas”.
Para Gilmar Lourenço, ao recusar uma alteração radical na política de juros, o governo brasileiro limita os resultados das providências de natureza monetária e fiscal que vem executando e impede a recuperação sadia da base produtiva.