É o caso do suinocultor Geraldo Salaroli, que testemunhou a difícil fase econômica e pensou em abandonar a atividade. O prejuízo na sua granja, localizada no interior de São Paulo, chegou a R$ 600 mil reais no ano passado.
– Foi a pior crise em toda história da suinocultura nacional. No pior cenário, que foi em julho de 2012, eu tinha iniciado alguns investimentos no começo do ano. Cheguei a pensar a desativar todo o segmento da minha granja.
A suinocultura ainda não conseguiu se recuperar e os produtores continuam sofrendo com os reflexos da crise.
– Os preços de grãos, milho e soja, que são os principais produtos que pesam no custo da ração, estão abaixando, voltando à realidade, mas, infelizmente, o preço do suíno vem caindo também. Então, não houve ainda nenhuma melhora para a suinocultura – acrescenta Salaroli.
Quando a lei entrar em vigor, o governo vai agir de três formas: o Poder Executivo pode atuar diretamente no mercado promovendo leilões, pode rever os juros pagos pelos produtores rurais e comprar a carne suína pelo preço mínimo fixado pelo Conselho Monetário Nacional.
Os criadores acreditam que, com a nova lei, o cenário do setor deve mudar. Assim, os produtores poderão lidar melhor em períodos de crise.
– Ele terá um mecanismo que vai estabilizar a atividade. Se tivermos em uma situação como foi a de 2012, de saber que aquele produtor não tem mais que vender o animal por preço abaixo do preço do frango, é que ele terá a quem vender esse animal. Vamos esperar que isso efetivamente não fique mais em um belo pedaço de papel – sublinha o analista de mercado Osler Desouzart.
Para este ano, o especialista afirma que os produtores ainda precisam estar atentos.
– O ano de 2013 ainda será marcado pelo produtor lambendo as feridas e, acredite, são feridas profundas. Nós só podemos pensar em crescer em projetos ousados e novos em 2014. Este ano será realmente para tentarmos botar a casa em ordem, e o produtor rural não deve, sobretudo, acreditar em grão barato – acrescenta Desouzart.
A matéria dos preços mínimos segue agora para a votação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Se for aprovada, vai para a sanção da presidente Dilma Rousseff.