Empresas ligadas ao agronegócio têm valorização no mercado de ações

Setor produtivo de carne bovina do país apresenta destaque no mercado nacional e internacionalEnquanto as ações da principais empresas na BM&F Bovespa seguem em queda, os papéis das companhias ligadas ao agronegócio ganham valorização a cada dia. A perspectiva para este ano é de que os números sejam superiores em relação ao ano passado. A maioria das empresas ligadas ao setor apresentam alta, com destaque para a produção de carne bovina no Brasil.

O período é difícil para a Bovespa (a bolsa de valores de São Paulo). As ações estão em uma baixa histórica: 11,41% ao longo deste ano.

– O índice Bovespa reflete uma carteira de empresas com um peso importante para o setor elétrico, para um setor de commodities minerais. E esse setor tem tido impacto de redução internacional, queda de consumo na China, de mudanças regulatórias. São setores que têm sido afetados economicamente. Um desempenho menos positivo – destaca a diretora de Desenvolvimento de Empresas da BM&F Bovespa, Cristiana Pereira.

Na sede da Bovespa, em São Paulo, foi realizado o Seminário Perspectivas para o Setor de Alimentos Agrícolas. Especialistas do setor debateram o momento do mercado. O gerente de pesquisa de mercado do frigorífico Minerva, Fabiano Tito Rosa, está entusiasmado. A comercialização de carne bovina da empresa para a América do Sul teve um aumento de 85% no faturamento nos últimos doze meses.

– Estamos em um bom momento de demanda. O mercado interno está forte. O brasileiro é um dos maiores consumidores de carne bovina no mundo e no último ano houve aumento de consumo por conta de melhora de renda. As proteínas também tiveram forte aumento de preço em função de queda de produção.

Para Fernando Sampaio, diretor da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), o país também vive um momento oportuno para as exportações. A exportação nacional cresceu 25% na comparação que o mesmo período de 2012.

– O Brasil tem concorrentes como os Estados Unidos, Austrália e Índia, mas o país está melhor posicionado para atender essa demanda. Devemos manter o ritmo este ano. Acho que vamos bater recordes de exportação e acho que temos espaço para isso – pontua Sampaio.

O diretor de Relações com Investidores da JBS, Jerry O´Callaghan, concorda que o Brasil vive um excelente momento no agronegócio, mas ele recomenda cautela.

–  Nós temos que ter um pouco de cuidado com isso. O Brasil já foi um grande exportador de carne bovina. Perdeu muito quando o real valorizou e houve esse boom de consumo doméstico, que coincidiu com a diminuição da matéria-prima. Estamos recuperando o mercado de exportação. Nós temos que manter o foco para abrir esse mercado e recuperar o que era há 6, 7 anos. Ter uma relação maior perto do consumidor final. Ainda há muito o que fazer – destacou.

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