Oito em cada dez empresários ouvidos pela entidade afirmam que os impactos da turbulência mundial foram mais fortes nos três primeiros meses de 2009, se comparado com o último trimestre de 2008 ? quando a economia brasileira sofreu retração de 3,6%. O presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, não concorda com o discurso do governo de que o Brasil será pouco afetado pela crise.
? Subestimar a crise, não. Eu acho que não é realista essa posição. O Brasil não vai descolar da realidade do mundo ? diz Monteiro Neto.
No começo deste mês, a Confederação da Indústria ouviu a direção de 431 empresas em todo o Brasil e constatou que 80% adotaram alguma medida para se ajustar ao cenário econômico, seja com demissões ou redução da jornada de trabalho. Embora esperem uma melhora da economia no segundo semestre, 36% dos entrevistados admitiram poder demitir. O gerente executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, acredita que ao longo do segundo semestre é possível que haja empresas buscando o seu nível de ajuste.
Para 40% dos empresários ouvidos na pesquisa, as ações do governo não estão surtindo efeito. Segundo eles, o foco das ações do Palácio do Planalto tem que ser redução de tributos e juros.