Na última semana, constatou-se que 22% das massas de ovos colhidas nos animais de 10 propriedades sentinelas do projeto são inférteis. Ao todo, serão 13 semanas largando pupas (larvas em último estágio) de moscas inférteis para acasalar com as moscas existentes no ambiente e gerar ovos estéreis.
Segundo o coordenador do projeto, Joal Pontes, os resultados são acima do esperado. Ele explica que no final da terceira semana houve uma incidência grande de chuva nos cem quilômetros de abrangência do projeto (de Santana do Livramento a Barra do Quaraí e de Rivera a Artigas, no Uruguai). Posteriormente, foram registradas altas temperaturas. A combinação do ambiente úmido com o calor é ideal para proliferação das moscas. Ainda assim, a percentagem de ovos inférteis se manteve na quarta semana idêntica à do período anterior.
? Esperávamos que fôssemos encontrar mais massas de ovos férteis em função do clima. Queremos mostrar o potencial desta técnica no Pampa para que os governos se mobilizem para dar continuidade ao trabalho. Se isso acontecer, podemos erradicar a mosca da bicheira ? destaca Pontes.
Comprovadamente eficaz nos Estados Unidos, a técnica está sendo desenvolvida no Pampa e em parte do Uruguai para ser adaptada ao clima e à topografia da região.
? Não é nosso objetivo comprovar a eficácia da técnica porque quem a inventou ganhou até prêmio Nobel. Nos Estado Unidos a mosca da bicheira foi erradicada. Nosso trabalho é para adaptar a técnica a nossa realidade ? acrescenta o coordenador.
O trabalho é uma parceira entre os governos do Uruguai e do Brasil, assistido pelo governo argentino. Na próxima semana, Cuba estará enviando técnicos para acompanhar o trabalho na fronteira. Foram destinados US$ 1 milhão para o projeto, financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).