Pesquisadores desenvolvem método que reduz custo de reflorestamento de propriedades rurais

Além de reduzir gastos, nova técnica ajuda na preservação das áreasPesquisadores da Escola Superior de Agricultura (EsalqUSP), ligada à Universidade de São Paulo, desenvolveram uma nova técnica para realizar o reflorestamento de propriedades rurais. Além de ajudar na preservação das áreas, o método reduz os custos em até 70%.

Em um viveiro em Piracicaba, interior de São Paulo, os agrônomos desenvolveram uma técnica que reduz em até 70% o custo de produção. O primeiro passo é selecionar as sementes que ficam em uma espécie de câmara fria. Elas passam por uma mistura de diversos tipos de matéria orgânica e adubo e são plantadas logo em seguida. São cerca de dez espécies diferentes que se desenvolvem rapidamente no solo.

– Com essa técnica, pulamos algumas etapas e também algumas operações que eram comuns com o plantio de mudas. Levamos a semente direto pro campo. Precisamos selecionar muito bem essas espécies, fazer uma consorciação com adubação verde, assim fazendo com que elas recubram rapidamente o solo. E aí sombreamos a área fazendo com que a floresta se desenvolva – comenta André Nave, diretor da Bioflora.

Com as sementes na terra, o produtor já tem a certeza de que em alguns meses toda a área vai ficar coberta. A manunteção é mínima, já que a própria natureza se encarrega do resto. Em menos de um ano a área já se transforma numa floresta.

– Eu trabalho com restauração há vinte anos. Acredito que esse é o método que todo mundo vai usar. Tem a melhor relação custo/benefício. Primeiro você faz a mecanização e só depois de dois anos usa mudas de melhor qualidade – aponta Ricardo Ribeiro Rodrigues, professor da Esalq.

Com o novo Código Florestal, muitos produtores vão ter que trabalhar a restauração de florestas nas regiões de mananciais, represas e nascentes. Isso vai gerar custos ainda maiores. Em média, o valor orçado por empresas que fazem o reflorestamento pode chegar a 16 mil reais o hectare somente com mudas nativas.

Em Araras (SP), ainda em 2008, uma usina implantou a ideia em um hectare e meio. Além do crescimento rápido da floresta, houve uma diminuição significativa na aplicação de herbicidas. O resultado são árvores com três a cinco metros de altura.

– Eu acredito na técnica. Ao invés de você estar formando mudas, você vai estar partindo para o reflorestamento. É interessante para quem precisa investir nisso – comenta o gesto ambiental Sérgio Motta.

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