Aumento das exportações tem sustentado cotações do boi gordo no mercado interno

Para analistas, preço estável é incomum nessa época do ano e uma pequena queda das cotações deve ser registrada nos próximos mesesA carne bovina que, segundo analistas, deveria estar com preços mais baixos nesta época do ano, tem se mantido estável. O valor, no entanto, ainda deve cair, mas a queda não deve ser acentuada. Assim, os preços devem tornar o produto ainda mais competitivo no mercado interno.

A oferta de bois no pasto está boa e muitos frigoríficos estão trabalhando sem parar. José Vicente Ferras, diretor técnico do Informa FNP, explica que as baixas nos preços do frango e do suíno fizeram com que o consumo de carne bovina diminuísse, o que ajudou a segurar o preço do produto.

– No final do ano passado, a carne de frango subiu bastante porque os produtores tiveram que repassar para o consumidor um momento de custo significativo em função dos grãos, notadamente o milho. Como isso aconteceu, o consumidor migrou para a carne bovina. Agora, o preço do milho e da soja caiu. Isso reduziu o custo de produção e o preço do frango está caindo bastante, está recuperando uma parte do mercado – afirma Ferraz.

Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 99,00, à vista, e R$ 101,00, a prazo. O que está segurando o preço são as exportações, conforme afirma o analista da MB Agro, César de Castro Alves. Segundo ele, houve aumento de 45% nas exportações em relação aos primeiros meses do ano passado. Melhor para o produtor, que acabou sendo compensado vendendo para outros países.

– O que temos de mais diferente são as exportações. No ano passado, não tínhamos esse canal tão aquecido como está esse ano e isso tem dado condição para a indústria pagar mais para o produtor porque o canal de escoamento externo segue muito bem. É o que acontece, esse preço de sustentação, mas deveria ter uma queda por causa da safra – explica o analista.

Segundo especialistas, o preço estável é incomum para esta época do ano e os valores praticados deveriam estar mais baixos. Eles garantem, porém, que isso não é motivo para preocupação e que a carne bovina tende a cair. A queda, no entanto, não deve ser brusca, mas o preço menor deve torná-la mais competitiva em relação às outras carnes.

– Acreditamos que ainda maio, junho, julho, serão meses em que haja uma tendência de queda. Uma queda modesta, não espere muito – diz Ferraz.

O analista da MB Agro concorda com as projeções.

– A tendência é de ter alguma queda nos próximos meses por causa do pico de safra. Na medida em que as pastagens começam a ficar prejudicadas por conta do clima seco, o produtor tem menos chance de manter o gado em estoque. Os preços tendem a se acomodar. Com os preços do frango e do suíno, que ficaram mais baratas, vai aumentar a pressão no consumo da carne bovina. Com essa competição, os preços tendem a cair, mas não de forma muito forte, já que as exportações estão boas e o consumo interno tem se sustentado.

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