Especialistas em logística e transportes defendem agilidade na aprovação da MP dos Portos

Autoridades participaram do 8º Encontro de Logística e Transportes, evento promovido pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp)Investimentos em logística precisam acompanhar o crescimento da economia brasileira. Foi o que afirmaram especialistas que participaram do 8º Encontro de Logística e Transportes, evento promovido pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). Eles defendem a agilidade na aprovação da Medida Provisória 595, a MP dos Portos.

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Um dos grandes entraves para o desenvolvimento da economia brasileira é a deficiência no setor logístico. Para mudar esse cenário, o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Pedro Brito, acredita que o governo precisa investir ferrovias e hidrovias do país, caminhos alternativos menos poluentes e mais baratos.

– Se optarmos pelos portos no Norte do país para exportar parte dos grãos que são produzidos no Centro-Oeste brasileiro, ao invés de vir para Santos e Paranaguá, vamos reduzir, na pior das contas, R$ 30,00 por tonelada transportada, e, na melhor alternativa, R$ 120,00 por tonelada exportada. Portanto, é uma diferença substancial que pode mudar muito a nossa competitividade, melhorando o poder de exportação da economia brasileira – define Brito.

Nos últimos anos, o PIB brasileiro cresceu 69%, o que trouxe uma necessidade de investimento pesado na parte logística. O movimento de cargas do país aumentou 146%.

– O Brasil tem tido um crescimento fantástico no seu PIB. A nossa corrente de comércio passou de US$ 100 bilhões para US$ 500 bilhões nos últimos oito anos. Nós temos que investir pelo menos cinco anos na frente, porque esse é um prazo de maturação dos investimentos, onde os terminais estarão operando a pleno vapor. Nós não podemos, portanto, investir hoje, a partir de um diagnóstico de hoje. Os investimentos têm que ser feitos pra atender a demanda daqui cinco anos – acrescenta Brito.

Especialistas que participaram do evento afirmam que o Brasil deveria usar como modelo o porto de Rotterdam, da Holanda. O porto europeu investiu mais de R$ 1 bilhão no ano passado. Já o porto de Santos, um dos maiores da América da Latina, aplicou pouco mais de R$ 35 milhões.

O representante da Casa Civil falou da necessidade da aprovação da MP dos Portos para destravar os investimentos.

– Este é o grande foco da medida provisória. Dando certo e passando no Congresso, acho que o foco é a regulamentação da MP, que é colocar as licitações e os arrendamentos e fazer com que as chamadas públicas dos terminais ocorram. Esse é o foco agora. Enfrentar essa discussão no Congresso – diz Luís Felipe Valerim, da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil.

– A MP 595 colocaria na praça, ou coloca na praça, 159 terminais privados, gerando milhares de empregos e centenas de oportunidades de negócio. Então, essa é uma questão importante para o país – destaca o diretor-executivo da Associação de Usuários dos Portos da Bahia (Usuport), Paulo Villar.

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