Marcha pelo Café mobiliza sul de Minas Gerais

Protesto em Varginha contou com a participação de mais de 20 mil pessoasA cadeia produtiva do café fez um protesto inédito em Varginha, no sul de Minas Gerais, na manhã desta segunda, dia 16, com a participação de 160 ônibus e mais de 20 mil manifestantes.

O objetivo foi mobilizar o meio rural e o urbano a fim de protestar a queda na arrecadação dos municípios e o desemprego que vem assustando as regiões produtoras. O local representa 25% da produção de café do país.

A proposta do setor tem duas prioridades: quitar as dívidas, transformando em sacas de café com prazo de 20 anos, e garantir renda através de leiloes da Conab para formar um estoque regulador com preço mínimo de R$ 320 pela saca de 60 kg. Tratam-se de saídas para a crise oficializadas na Carta de Varginha. A dívida está calculada em R$ 4,2 bilhões.

O pedido de socorro do campo mudou a rotina na cidade.  O centro de Varginha aos poucos se transformou em palco de protesto. Tratores tomaram conta do estacionamento e, em menos de uma hora, milhares de manifestantes ? entre representantes da cadeia produtiva do café e produtores de 500 municípios de pelo menos quatro Estados que se destacam na produção cafeeira ? se reuniram em uma praça da cidade.

O presidente da Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana, Milton Cerqueira Pucci, acredita que a solução para os cafeicultores é não depender de ninguém.

? Precisamos de dinheiro para quitar nossas dívidas. O melhor seria não precisar do governo ? apontou Pucci.

? Nós estamos atravessando uma crise nas nossas propriedades e tivemos que demitir funcionários. Queremos um preço justo ? completou a cafeicultora Solange Ximenes Abreu, de Três Pontas.

Quando a conta da organização apontou a presença de mais de 20 mil pessoas, a marcha pelo café teve inicio.  Em silêncio, muitas pessoas colaram um adesivo nos lábios com a frase “Eu quero o direito de pedir ajuda. Por você”.

A caminhada avançou pelas ruas do centro até o encontro da multidão na concha acústica. Os manifestantes carregaram faixas e cartazes.

O presidente da Confederação Nacional do Café. Gilson Ximenes diz que é a sociedade brasileira que está em jogo.

? Vamos levar a Carta de Varginha para a Presidência da República e para o Ministério da Agricultura. O objetivo é resolver o problema ? diz.

Já o presidente da Comissão Nacional do Café, Bruno Pereira de Mesquita, deseja que aquilo que está sintetizado na carta para as demandas do setor não fique apenas em Varginha.

? A crise é generalizada. É para todo mundo: pequeno, médio e grande ? afirma Mesquita.

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