Brasileiro ressaltou que os cafeicultores queriam que o preço mínimo fosse corrigido pelo menos para o custo de produção calculado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para safra 2013/14 (R$ 333,86 a saca), mas se conforma com o fato de o governo ter utilizado como parâmetro os custos da safra 2012/13 (R$ 304,72 a saca).
– O importante é que sejam feitos reajustes periódicos – afirmou o deputado, observando que o preço mínimo estava congelado em R$ 261,69 a saca há quatro anos.
Na avaliação do CNC, que reúne as principais cooperativas de café do país, ao anunciar o novo preço mínimo o governo sinalizou que as novas medidas de apoio ao setor serão aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o que deve dar sustentação aos preços do grão no mercado internacional.
Brasileiro recordou que, no mês passado, o governo alongou o prazo de pagamento do financiamento de estocagem que estava concentrado no início deste ano, parcelando os vencimentos em 12 meses, o que contribuiu para evitar uma pressão de venda de café por parte dos produtores para quitar as dívidas. Agora, após a aprovação do preço mínimo, o setor aguarda a liberação dos R$ 3,1 bilhões do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para financiar o custeio, colheita e estocagem.
O deputado comentou ainda que a quarta etapa das medidas para o setor será o apoio do governo federal à comercialização, por meio de leilões de prêmios para equalizar preços (Pepro) e de opções de vendas públicas. O setor pede leilões para subsidiar preços e garantir renda na comercialização de até oito milhões de sacas de café. No caso das opções, os produtores pedem leilões para venda ao governo de até dois milhões de sacas, que iriam para os estoques oficiais se preços de mercado ficarem abaixo do valor sinalizado para o exercício do título.
Cafeicultores de MG criticam Ministério
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG), Roberto Simões, e o presidente das Comissões de Café da entidade e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Breno Mesquita, criticaram a decisão do Ministério da Agricultura.
– A decisão demonstra insensibilidade do Governo com a gravidade e urgência do problema. Rasgaram o cálculo de custo de produção da Conab e não levaram em consideração o trabalho elaborado pela CNA/UFla. A pergunta é: de onde surgiu esse preço? O que o Ministério da Fazenda levou em consideração para criar esse marco de 307 reais? – afirmou Simões após o anúncio.