CNA critica novo preço mínimo para o café e cobra intervenção do governo

Em nota, a presidente Kátia Abreu afirma que os R$ 307,00 por saca de 60 kg estão abaixo dos custos de produção, que ultrapassam os R$ 350,00 em Minas GeraisA presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, criticou o preço mínimo do café arábica, fixado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Kátia defendeu que o governo adote mecanismos de intervenção no mercado, como Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) e contratos de opção de venda, como "única maneira de a medida surtir algum efeito prático para o produtor".

Em nota, a presidente da CNA diz que os R$ 307,00 para a saca de 60 kg estão abaixo dos custos de produção, “o que desmoraliza os cálculos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que identificou um custo de produção de R$ 336,13 por saca”. Para cobrir os custos de produção do cafeicultor, a CNA defendeu a fixação de um novo preço mínimo do café de R$ 340,00. O preço mínimo de R$ 307,00, divulgado nesta terça, dia 7, pelo Ministério da Agricultura, representa uma defasagem de 9,71% em relação ao solicitado pelo setor. O valor de R$ 261,69, em vigor para a safra 2012/2013, foi fixado em 2009, muito aquém das atuais necessidades da cafeicultura.

Na nota, a CNA destaca que antes do anúncio do novo preço mínimo, previsto inicialmente para 28 de abril, a senadora levou aos ministérios da Fazenda e da Agricultura “o cenário de forte perda de renda do setor diante da crescente elevação dos custos de produção e queda dos preços de mercado”. Segundo a CNA, é preciso dar estabilidade ao produtor antes que a colheita do café se intensifique.

“Na Zona da Mata, em Minas Gerais e Espírito Santo, os produtores já iniciaram a colheita. Levantamento feito pelo Campo Futuro/CNA aponta que os custos de produção estão acima de R$ 350,00 a saca, em regiões como Guaxupé (MG), Santa Rita do Sapucaí (MG) e Manhumirim (MG), valor muito superior ao preço mínimo fixado pelo CMN. A cafeicultura de montanha, na região de Manhumirim (MG), tem trabalhado com um custo de produção total de R$ 571,28/saca, segundo dados do Campo Futuro 2012. Com a média do preço de venda nos últimos oito meses (de julho/12 a março/13) de R$ 320,09/saca, o prejuízo por saca é de R$ 251,19, comprovando a grave descapitalização do cafeicultor.”

“Se levarmos em consideração que, em 2012, cerca de 25,4 milhões de sacas foram colhidas por produtores de regiões montanhosas, o prejuízo nos últimos oito meses ficou em torno de R$ 6,38 bilhões”, afirma a presidente da CNA.

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