Governo cogita usar estoques de arroz para baixar preço do produto

Há possibilidades de usarmos esse estoque quando o preço da saca ultrapassar a marca dos R$ 32, afirmou o secretário de Política Agrícola do MapaO governo federal estuda a possibilidade de vender parte do estoque de arroz, caso o preço da saca chegue a R$ 34. Atualmente, a saca do produto custa cerca de R$ 31. Segundo o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller, há atualmente cerca de um milhão de toneladas do produto nos estoques do governo.

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– Estamos atentos ao preço do arroz. Se continuar assim, vamos jogar parte do estoque no mercado. Há possibilidades de usarmos esse estoque quando o preço da saca ultrapassar a marca dos R$ 32. Certamente faremos isso, caso atinja os R$ 34 – disse o secretário durante a apresentação do 8º levantamento da safra, divulgado nesta quinta pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

De acordo com o levantamento, os agricultores brasileiros deverão colher, na safra 2012/2013, que se encerra no meio do ano, 184,15 milhões de toneladas de grãos. O volume é 10,8% maior do que o da safra anterior, quando foram colhidas 166,17 milhões de toneladas.

Segundo a Conab, entidade ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), esse incremento de 17,98 milhões de toneladas, na comparação com o período 2011/2012, se deve principalmente à ampliação das áreas cultivadas com milho (em 10,7%) e soja (15,6%), principais grãos cultivados no Brasil.

A produção de soja deverá atingir 81,51 milhões de toneladas, o que representa alta de 22,8% em relação à safra anterior. Já a safra de milho deve atingir a marca de 77,99 milhões de toneladas, número 6,9% maior do que o registrado na safra anterior. A produção de arroz é estimada em 11,94 milhões de toneladas: crescimento de 3%, seguindo a mesma base de comparação.

– Esperamos um resultado ainda melhor para o milho, segunda safra de Mato Grosso – disse o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Sílvio Porto. Estimada atualmente em 16,8 milhões de toneladas, a produção no estado pode chegar a algo entre 18 e 20 milhões de toneladas, acrescentou.

Porto informou que governo e produtores estão atentos à situação da safra de milho norte-americana, a fim de obter um panorama mais embasado sobre o mercado, que poderá influenciar os preços dentro e fora do Brasil.

– Os Estados Unidos tiveram um atraso significativo [no período de plantação do milho]. Vamos ver quanto eles deverão plantar até o fechamento da janela. Certamente devem colher 300 milhões de toneladas – disse Porto. A expectativa antes do atraso no plantio era que os norte-americanos colhessem 370 milhões de toneladas na safra.

A área plantada na atual safra brasileira cresceu 4,1% em relação à anterior, passando de 50,89 milhões de hectares para 53,98 milhões de hectares. Segundo a Conab, as boas condições climáticas contribuíram para os bons resultados da produção brasileira, “apesar de algumas regiões terem apresentado excesso de chuvas e outras estiagem”.

A pesquisa da Conab foi realizada entre os dias 22 e 26 de abril, com informações de cooperativas, secretarias de agricultura e órgãos de assistência técnica e extensão rural públicos e privados, além de produtores rurais.