A receita líquida aumentou 22,3%, alcançando R$ 119,5 milhões em relação ao mesmo período de 2012 (R$ 97,7 milhões). De acordo com a empresa, “as projeções dos órgãos governamentais para a supersafra de grãos em 2012/2013, bem como a política do governo visando facilitar o acesso do setor do agronegócio aos financiamentos impulsionaram a demanda por equipamentos agrícolas a partir do ultimo trimestre 2012. Este aquecimento da demanda também se refletiu no setor de armazenagem agrícola e propiciou novos recordes de vendas e de receitas neste primeiro trimestre.”
O Ebitda foi de R$ 15,4 milhões (margem de 12,9% em relação à receita líquida), ante o resultado de R$ 10,1 milhões obtido no primeiro trimestre do ano passado, com margem de 10,4%.
A Kepler Weber considera que “o déficit da capacidade estática de armazenagem, aliado ao crescimento da safra, deverá demandar um volume importante de novos investimentos no setor de armazenagem agrícola para o ano de 2013”.
“Apesar dos aumentos projetados de investimentos em pós-colheita, o déficit de armazenagem observado nos últimos anos deverá se manter em aproximadamente 40 milhões de toneladas”, avalia a empresa.
O endividamento líquido do primeiro trimestre de 2013 da companhia diminuiu 8,9% em comparação a 2012 e o endividamento total diminuiu em 4,4% em relação ao valor apurado no ano passado. Da dívida total consolidada, as debêntures correspondem a 58,1% (57,3% em 2012), a linha de Finem do BNDES, a 18,3% (18,7% em 2012), a linha Finame PSI, a 6,8% (6,6% em 2012) e a linha Finep, a 14,4% (13,8% em 2012).
Os investimentos da Kepler Weber nos três primeiros meses do ano somaram R$ 4,9 milhões, (R$ 2,3 milhões no mesmo período de 2012), e se destinaram à modernização do parque industrial (R$ 3 milhões), melhorias em prédios e instalações (R$ 0,1 milhão), à aquisição de softwares e equipamentos de informática e segurança da informação (R$ 1,3 milhão) e ao desenvolvimento de novos produtos (R$ 0,5 milhão).
Gargalos de infraestrutura represam faturamento
A Kepler Weber, líder do mercado brasileiro na fabricação e fornecimento de equipamentos destinados à armazenagem de grãos, apontou que os gargalos de infraestrutura estão represando o faturamento da empresa entre 20% e 30%.
– Existem gargalos no mercado, que estão fora da companhia. Há uma pesada burocracia para investir em armazenagem e há também atrasos na obra civil – disse o vice-presidente da companhia, Olivier Michel Colas. Ele ponderou que esses atrasos poderiam criar um estresse para o setor no último trimestre do ano, com o represamento das entregas e montagens dos silos.
Em conferência para detalhar os resultados financeiros do primeiro trimestre, o vice-presidente disse acreditar que o plano de armazenagem, que está sendo elaborado pelo governo, seria mais efetivo se os investimentos forem realizados pela iniciativa privada. Colas defendeu que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) garanta a ocupação dos armazéns, mas que as empresas façam os investimentos e detenham os silos contratados.
– Eu prefiro um sistema no qual o governo assegura a ocupação desses armazéns, mas o ativo é da iniciativa privada – afirmou Colas.
O executivo disse ainda que a empresa tem investido em equipamentos para transporte de granéis sólidos nos portos. De acordo com Colas, a aposta no segmento é motivada pela disposição de investimentos nos portos.
– São equipamentos de maior volume, dimensão, para transporte de açúcar, grãos e fertilizantes nos portos – disse Colas.