A preocupação é legítima: a safra de soja 2013/2014 deve ter boa rentabilidade, mesmo com a perspectiva de uma produção recorde dos Estados Unidos no próximo semestre, período que possibilitará a recomposição dos estoques mundiais da oleaginosa. Porém, a falta de estrutura logística pode diminuir os lucros dos produtores.
Segundo Carlos Fávaro, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT), “falta vontade política” para diminuir a burocracia, o que faz com que os produtores “enfrentem problemas para tirar licenças ambientais e jurídicas.”
Uma das alternativas para desatar o nó logístico, a hidrovia Paraná-Paraguai, perdeu o investimento de uma empresa privada devido à burocracia e à demora nos serviços públicos. Para Bruno Serapião, presidente da Hidrovias do Brasil, o investimento não era viável “por causa das burocracias de navegação” no país.
Apenas 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é direcionado paras investimentos em infraestrutura. A China, em comparação, é o país que mais investe no setor: 8,3% de seu PIB. A qualidade na infraestrutura também deixa a desejar. Uma pesquisa realizada em 144 países mostrou ranqueou o Brasil no 107º lugar.
Para Raul Velloso, consultor em finanças públicas, houve uma queda em investimento na infraestrutura, que já chegou a 5% do PIB, o que torna o país “muito carente” no setor. Além disso, para ele, “falta qualidade nos transportes, que é ruim em vários setores: rodoviário, ferroviário, etc.”
Apesar de produzir muito e se destacar pela qualidade de sua produção, o país tem perdido algumas vendas devido à demora na entrega. Para Fávaro, “apesar de toda eficiência e da qualidade dos produtos, o Brasil virou motivo de deboche no mercado internacional.”
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