O Mapa divulgou a análise das amostras feitas em três postos de refrigeração que foram interditados nesta semana, depois da adulteração de 600 mil litros de leite prontos para consumo. Trinta 30 amostras foram enviadas para o Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), que identificou a presença de formol em cerca de sete mil litros de leite.
Ela disse que o governo vai intensificar a fiscalização e que realizará uma reunião nacional de todo setor, em Brasília, para discutir novos parâmetros de testes de controle de adulteração no leite, além de debater a remuneração do transportador de leite por volume entregue nos laticínios, uma prática comum no Rio Grande do Sul.
O ministro da Agricultura, Antônio Andrade, observa que a relação entre laticínios e transportadores é de natureza privada, mas destacou a importância da discussão sobre a figura do “atravessador” que existe no setor lácteo gaúcho. No Estado, existem empresas que compram leite do produtor, transportam e vendem aos laticínios. Ele alerta que este tipo de relação comercial pode levar o transportador a praticar fraudes para aumentar o volume de leite que está sendo entregue e por isso defende que o pagamento seja feito apenas com base no valor do frete.
– Se a indústria continuar com esta prática, estará correndo risco – alerta o ministro.
Antibióticos
Testes realizados pela Superintendência do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul apontaram a presença de antibiótico em uma marca de leite em pó fabricado no Estado, informou na tarde desta sexta, dia 10, o jornal Zero Hora. Segundo a publicação, o material contaminado já foi recolhido e, das cinco amostras avaliadas, uma deu positivo. O resultado chegou ao conhecimento da superintendência ainda na quinta, dia 9, mas permanecia sob sigilo até então. Veja a matéria completa na Zero Hora.
Entenda o caso
O Ministério Público do Rio Grande do Sul, com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Receita Estadual e da Brigada Militar, deflagrou na quarta, dia 8, a Operação Leite Compen$ado, que apura, desde 2012, a adulteração de leite no Estado. A investigação apontou que cinco empresas de transporte de leite adicionavam água e ureia, que tem formol em sua composição, para dar mais volume às mercadorias. Com o aumento do volume do leite transportado, os atravessadores lucravam 10% a mais que os 7% já pagos sobre o preço do leite cru. O MP suspeita que o esquema possa ter adulterado até 100 milhões de litros nos últimos 12 meses. As marcas que tiveram lotes de leite suspensos do mercado são Italac, Bom Gosto/Líder, Mu-Mu, Latvida, Hollmann, Goolac e Só Milk. A operação resultou em 13 mandados de busca e, até o momento, seis pessoas permanecem presas.