De acordo com dados da Emater/RS, nos ciclos médio e tardio, os resultados foram muito além das expectativas do setor.
– Este ano nós tivemos uma produtividade de 2.692 quilos por hectare, conforme o levantamento da Emater. Comparando com o ano passado, que a produtividade foi cerca de 1.400 quilos, o avanço foi significativo. Por isso, é o momento de fazer poupança e ter tranquilidade nos próximos anos – sugere o agrônomo da Emater Alencar Paulo Rugeri.
Na safra passada, a estiagem trouxe muitas perdas nas lavouras do Estado, fato que contrasta com o excelente cenário deste ano. Para Rugeri, no entanto, não foi somente o clima que colaborou para os resultados atuais.
– O principal fator é a situação climática, que este ano foi favorável, mas temos outro fator determinante: a competência dos produtores. Ele [produtor] tem o poder de decisão, e tem decidido de forma muito adequada, utilizando cultivares adequadas e fazendo plantio escalonado. Isso reflete em produtividade – acrescenta o agrônomo.
O aumento de área plantada com o grão, que avançou 600 mil hectares no Estado, também colaborou para os números finais. Nesse quesito, a safra atual só perde para a de 2011. Se a produtividade de agora tivesse sido a mesma daquele ano, o Rio Grande do Sul teria produzido pelo menos 1 milhão a mais de toneladas.
– O reflexo para a economia seria muito melhor com os preços de hoje – aponta o chefe da Divisão Técnica da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), João Telles.
No Brasil, a colheita de soja passou de 80 milhões de toneladas. Para a Farsul, o desempenho nacional é proporcionalmente parecido com o obtido no Estado.
– Em 2011, o Brasil também superou os três mil quilos por hectare. No Rio Grande do Sul, dá para dizer que houve a maior estiagem, e isso gerou reflexo na produtividade e produção brasileira. Em 2012, como colhemos bem também, o Brasil aumentou a produtividade, mas não a patamares iguais a 2011. Acho que cabe a nós, produtores e sociedade de pesquisa, irmos atrás do motivo pelo qual chegamos a um ganho bem maior – sugere Telles.