Emater apresenta nova opção de pastagem para o Centro-Oeste resistente ao inverno

Já utilizada no Sul do país, a aveia crioula ou preta pode ser aproveitada de diversas maneiras como alimentoNo Centro-Oeste do país, a época da seca se aproxima, e muitos pecuaristas que produzem gado leiteiro já se preparam para lidar com a falta de alimento no período de estiagem. Técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do Distrito Federal apresentaram uma nova opção de pastagem com sementes de aveia crioula, ou aveia preta, resistentes ao inverno.

Já utilizada no sul do país, a aveia crioula pode ser aproveitada de diversas maneiras: verde no cocho, feno, silagem e pastejo. Pedro Neres de Santana é um pequeno produtor de gado leiteiro da região do Paranoá (DF). Todos os anos ele enfrenta dificuldades na época da seca, e ainda não conhecia a semente.

Novidade no Cerrado, o cereal é resistente a baixas temperaturas, se adequa bem ao clima seco e é rentável: o custo para o produtor gira em torno de R$ 2,5 mil por hectare.

 – É uma forrageira que tem grande valor nutricional, então, ela é importante porque a gente pode reduzir o custo através da diminuição do uso da ração concentrada com suplementação, no período da seca que é o maior custo que o produtor de leite tem – diz Flavia Lage, pesquisadora da Emater-DF.

O veterinário Weber Alves de Brito explica que ela pode ser cultivada em áreas já semeadas ou não.

– No plantio solteiro, a gente trabalha em torno de 60 a 80 quilos. Enquanto no plantio sob semeadura, nós trabalhamos com 100 quilos por hectare. Por que no plantio solteiro, ela estaria sem competição enquanto na sub semeadura teria o capim que está ali competindo com ela e impedindo seu crescimento, então, por isso a taxa maior de semeio – explica Brito.

De acordo com a coordenadora do programa, os animais podem ser colocados no pasto 45 dias depois do plantio. Mas, ela ressalta que a aveia preta só pode ser utilizada em pastos que possuem sistema de irrigação.

– Como o período que a gente a utiliza é um período que não tem chuva, então, só se o produtor tiver irrigação ele consegue usar a aveia como alternativa de suplementação do gado – fala Flávia.

Pedro Santana, que acabou de conhecer a novidade, ainda não vai poder usar a semente este ano, pois primeiro precisa investir num sistema de irrigação. Enquanto isso, ele vai continuar utilizando a silagem.

– Achei interessante, só que para mim lá não funciona, pois eu não tenho água para montar o sistema de irrigação. Na época de estiagem, eu uso a silagem de milho e de sorgo. É mais fácil de produzir e tenho uma área boa para plantar o milho. Na seca, o que mais funciona lá e a silagem – fala Santana.

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