Produtores aguardam audiência para definição sobre ocupação indígena em fazendas de Mato Grosso do Sul

Na terça, a Justiça suspendeu a reintegração de posse de duas fazendas no EstadoA decisão da Justiça de suspender a reintegração de posse às fazendas invadidas por índios em Mato Grosso do Sul deixou os produtores ainda mais preocupados. Na região de Sidrolândia, já são 10 fazendas invadidas, e nos municípios próximos, mais seis. O clima na cidade, a 70 quilômetros de Campo Grande, é tenso desde a última semana, quando viaturas da Polícia Federal circulavam pelas ruas. As fazendas ocupadas ficam na área do Vale do Buriti.

Os indígenas reivindicam uma extensão de 17 mil hectares, que inclui 23 propriedades. A Justiça Federal marcou para quarta, dia 29, uma audiência de conciliação entre indígenas e produtores rurais.

Na terça, dia 21, o desembargador Paulo Fontes, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região de São Paulo, suspendeu a desocupação na fazenda Querência São José, que fica na cidade Dois Irmãos do Buriti, vizinha à Sidrolândia, sob a alegação de que não houve violência e nem danos materiais na invasão da propriedade. Já a Justiça do Estado suspendeu a reintegração na fazenda Buriti, em Sidrolândia. O caso será tratado na audiência da próxima semana.

Na proxima segunda, dia 27, também está prevista uma audiência pública sobre o caso na Assembleia Legislativa do Estado. Em Brasília (DF), a questão indígena ainda mobiliza a Câmara dos Deputados. A Frente Parlamentar da Agropecuaria informou que realizará uma mobilização nacional no dia 14 de junho.

Nesta quarta, dia 22, a Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) e a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) divulgaram nota conjunta a respeito da decisão judicial que determinou a suspensão de reintegração de posse da fazenda Querência São José.

Segundo o comunicado, as entidades “alertam a sociedade sobre os impactos negativos que a instabilidade provocada pelas invasões indígenas causa atualmente em toda a região Sul do Estado. Além do impacto na economia, como suspensão de crédito, desvalorização da terra, queda na produção e consequentes efeitos no comércio geral, a insegurança jurídica trazida pelo conflito iminente afasta todo e qualquer investimento da região”.

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