BRF vai unificar empresas na Argentina para melhorar resultados

Atualmente, são sete companhias pertencentes ao grupo, e a ideia dos executivos é buscar eficiênciaO CEO da BRF na Argentina, Nelson Vas Hacklauer, informou nessa quinta, 23, que as empresas no país serão unificadas para melhorar os resultados. A afirmação foi dada após participação do executivo em um debate sobre os desafios da integração da agroindústria entre Argentina e Brasil.

– No total são sete empresas e queremos incorporar todas elas em uma só para ser mais eficiente.

Segundo a avaliação dele, a primeira etapa da integração, envolvendo os sistemas operacionais da companhia, estará concluída até o final deste ano. O prazo completo para incorporação, no entanto, será de dois anos, por causa da legislação local.

– Para unificar e acertar tudo, vai levar todo o ano de 2013 e um pouco de 2014, mas esperamos ter resultado positivo ainda este ano.

Na Argentina, a BRF possui as empresas Sadia Argentina, que importa frios e outros alimentos produzidos no Brasil e Levino Zaccardi, fabricante de queijos. A partir de maio, a empresa passou a controlar a Avex, produtora de frangos, a Danica, líder local de margarina e o frigorífico Quickfood, dono da marca Paty, líder no segmento de hambúrguer no país, que antes, estava nas mãos da empresa brasileira Marfrig.

Segundo Hacklauer, cada uma dessas empresas tinha uma rede de distribuição separada e, desde o ano passado, alguns agentes estão sendo substituídos.

– Estamos no meio desse processo e isso gera incertezas, inseguranças, que levam a comprar menos.

No segundo semestre de 2012, a Quickfood teve prejuízo de US$ 11,7 milhões, segundo balanço divulgado em fevereiro. Segundo a atual gestão, grande parte desse prejuízo foi gerado na gestão anterior.

Embora espere obter lucros até o final de 2013, Hacklauer reconheceu que a demanda na Argentina vem caindo cerca de 10% nos últimos 45 dias:

-É importante observar que nossa situação é diferente dos demais negócios por causa deste processo de integração que estamos realizando.

O executivo reclamou também das barreiras argentinas contra as importações de frios realizadas pela Sadia.

– Gostaríamos de ter um fluxo de volume constante para poder planejar os negócios, mas o problema é que, às vezes, deixam importar, outras, não.

Quanto às exportações, ele comentou que somente 10% da produção de frango é exportada para a Venezuela e o Chile. O consumo per capita da Argentina é 50 quilos, por ano, e 90% da produção vai para o mercado interno.

– Temos que exportar esses 10%, porque se não, prejudica o preço no mercado interno. O problema é que a Venezuela não está pagando direito.

Ele acrescentou que o custo de produção do frango na Argentina é igual ao do Brasil, mas poderia ser 10% menor se houvesse desvalorização do peso e ajustes nos indicadores técnicos. Atualmente, a Argentina convive com um câmbio oficial praticamente fixo, e várias outras cotações diferentes, conforme a operação. A diferença do câmbio oficial para o paralelo é de mais de 80%.