A atual safra 2012/2013, que termina em junho, o Cecafé estima o embarque de 30 milhões de sacas. A receita cambial deve ficar entre US$ 5,7 bilhões e US$ 6 bilhões, considerando dólar de US$ 2, valor considerado possível por Braga. Segundo o dirigente do Cecafé, o setor não tem sofrido com o apagão logístico, lembrando que o café é embarcado em contêineres, diferentemente dos grãos, a granel.
No mesmo evento, o diretor executivo da Organização Internacional do Café (OIC), Robério Silva, disse que as cotações mundiais da commodity estão em queda apesar dos fundamentos que dariam sustentação aos preços. De acordo com ele, alguns fundamentos não estão sendo absorvidos pelo mercado.
Entre os fundamentos que estariam sido desprezados pelo mercado estão a queda de safra na América Central e os estoques mais baixos do produto nos países consumidores. A safra da América Central deve ter quebra de 2,7 milhões de sacas, provocada pela ferrugem. Em relação aos estoques, o diretor da OIC disse que são historicamente os mais baixos.
Silva lembrou que as indústrias precisam dos cafés finos da América Central para a formação de seus blends. Isso se reflete nos diferenciais de preço, que estão se ampliando, já sinalizando uma menor oferta dessas variedades.
Nestlé prevê equilíbrio entre oferta e demanda de café até 2020
O balanço global de oferta e demanda por café deve se manter equilibrado até 2020, avalia o chefe de Compras de Commodities da Nestlé Brasil, Edward Juzwiak. Segundo ele, a demanda por café deve sair dos atuais 140 milhões de sacas de 60 quilos (kg) para cerca de 160 milhões de sacas em 2020. Conforme dados apresentados por Juzwiak no 5º Fórum Cecafé, a produção de café arábica deve aumentar de 80 milhões de sacas em 2010 para 83 milhões a 85 milhões de sacas em 2020. Já a produção de robusta no período pode saltar de 55 milhões de sacas para 75 milhões a 78 milhões de sacas.
O total de café colhido passaria de 135 milhões de sacas para 161 milhões de sacas, considerando crescimento médio de 500 mil sacas de café arábica por ano e aumento de dois milhões de sacas de robusta ao ano. A média de aumento da produção de robusta tende a ser maior, principalmente por causa do crescimento do consumo de solúvel, que utiliza mais esse tipo de grão.
Com relação ao consumo, entre 2010 e 2020 o chefe de Compras de Commodities da Nestlé estimou crescimento médio de 600 mil sacas de arábica por ano. Para o robusta, a média é de elevação de 1,8 milhão de sacas por ano.
O consumo global de arábica sairia de 75 milhões de sacas para 80 milhões a 81 milhões de sacas em 2020. No mesmo intervalo de tempo, a demanda por robusta deve passar de 62 milhões de sacas para 80 milhões de sacas. O consumo total de cafés saltaria então de 137 milhões de sacas para 160 milhões de sacas, “volume bastante equilibrado em comparação com a produção”, argumentou.