CNA comemora elevação de recursos para seguro rural

Presidente da entidade, Kátia Abreu, advertiu que ciclo de preços elevados de commodities agrícolas está perto do fimA presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (PSD/TO), elogiou as medidas previstas pelo Plano Agrícola e Pecuário 2013/14, divulgado nessa terça-feira, dia 4. A senadora comemorou a decisão do governo de elevar em 75% os recursos destinados ao subsídio ao prêmio do seguro rural. Com o Plano Safra, o montante passa de R$ 400 milhões para R$ 700 milhões. Ela lembrou que a alocação desse total foi uma das reivindicações apresentadas pela CNA ao gover

– O ciclo de preços elevados das commodities agrícolas verificado nos últimos meses está perto do fim – disse a presidente da CNA em nota, após destacar a importância das ações de apoio ao setor agropecuário. Kátia Abreu afirmou que a meta é ter, em 2015, mais da metade da área cultivada segurada. Atualmente, o percentual da área segurada é de 10%, muito inferior ao percentual encontrado nos Estados Unidos e Europa (onde quase 90% do plantio é segurado)

A senadora disse que a linha de crédito para a construção de novos armazéns também foi bem recebida pelo setor.

– Diante dos problemas de infraestrutura, o governo aceitou a proposta da CNA e alterou as regras dos empréstimos – afirmou. O novo Plano Safra prevê a disponibilização de R$ 25 bilhões para a construção de armazéns privados no país nos próximos cinco anos, sendo R$ 5 bilhões na safra 2013/2014, com prazo de 15 anos para pagamento e juros de 3,5% ao ano.

Sociedade Rural Brasileira: “Plano Safra é ambicioso”

O presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho, considerou o plano “ambicioso”. Para Ramalho o destaque é o crédito destinado nos próximos cinco anos à construção de armazéns.

– Não deixa de ser uma evolução, mostra que caiu a ficha do governo. Queremos comemorar este Plano de Safra no ano que vem – afirmou, ressalvando que tudo vai depender da concretização do plano.

FAEMG: avaliação positiva

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG), Roberto Simões, também avaliou como positivo o novo Plano Safra.

– O Plano traz ganhos muito importantes para a agropecuária brasileira, como aumento de recursos e redução de juros. Consideramos também de excepcional valor a criação de uma agência nacional de assistência técnica e os avanços para as questões de defesa, seguro e estocagem – disse Simões.

Na opinião do presidente da FAEMG, mesmo com importantes avanços, alguns pontos poderiam ter recebido maior atenção e um ponto de vista menos regionalizado. Embora reconheça a importância de atenção diferenciada às regiões Norte e Nordeste, Simões diz que esperava mais apoio para questões importantes para outras regiões, como a infraestrutura e as políticas de geração de renda para a cafeicultura.

Para o superintendente de Política e Economia Agrícola da secretaria de Agricultura do Estado, João Ricardo Albanez, o crescimento de recursos do novo Plano Safra em relação ao anterior é positivo. Albanez também destacou a queda de juros para o capital de giro das cooperativas de 9% para 6,5% ao ano.

– O cooperativismo em Minas Gerais é muito forte. Essa redução vai beneficiar os produtores – disse Albanez.

Dificuldade no acesso a recursos

Analistas e representantes do setor agropecuário paulista alertaram para a dificuldades enfrentadas pelos produtores para acessar os recursos previstos pelo Plano Safra.

– Esses recursos precisam ser aplicados no agricultor. Caso contrário, o recurso, apesar de ser disponibilizado, acaba não sendo tomado pelo agricultor. – Matheus Marino, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Para Abag, plano não contempla algumas culturas

Um dos destaques do Plano Safra, os R$ 25 bilhões destinados à construção de novos armazéns no país, foi criticado pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag). Para o presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, o Plano não contempla algumas culturas, como a cana de açúcar.

Incentivos à pecuária

Já o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Ademiro Vian, destacou a importância dos recursos do Plano Safra para a pecuária, principalmente para a compra e manutenção de matrizes.

O setor avícola comemorou a criação do programa Inova Agro, incluído no novo Plano Safra. Em nota, o presidente executivo da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, afirmou que a associação tem trabalhado nos últimos meses com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para obter volume de recursos para a modernização das granjas avícolas nacionais, principalmente as localizadas nos Estados do Sul, mais antigas.

– É um Plano Safra histórico, que valoriza de forma justa a avicultura como atividade econômica que contribui para o desenvolvimento social e a geração de renda no país – afirmou Turra.