Escoamento da produção de grãos em Mato Grosso é o mais caro do mundo, diz Aprosoja

Coordenador do Movimento Pró-Logística da associação disse que na safra 2012/2013 o setor chegou a pagar US$ 145 por tonelada para escoar a produçãoO coordenador do Movimento Pró-Logística da Associação de Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja-MT), Edeon Vaz Ferreira, disse nesta sexta, dia 7, em palestra no seminário Os Caminhos do Agronegócio - Oportunidades de Investimentos, promovido pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), que o Estado tem a logística mais cara do mundo para escoar a produção de grãos. Segundo ele, a safra de 2012/2013 custou cerca de US$ 145 por tonelada.

Ferreira destacou as obras em andamento na região para escoar a produção pelos portos do Norte, mas afirmou que, em alguns casos, estarão saturadas quando iniciarem a operação. É o caso da BR-163, que levará a produção ao porto de Miritituba, no Pará.

– A pavimentação é de seis centímetros, mas deveria ser de 12 centímetros – disse.

Segundo Ferreira, a expectativa é de que já na próxima safra se escoe parte da produção pelo norte. Ele questionou a ausência de investimentos em hidrovias no plano de investimentos em logística no Brasil.

O sócio da Macrologística, consultoria que tem desenvolvido projetos que mapeiam os gargalos logísticos brasileiros, Renato Pavan destacou que, pela primeira vez, o governo está recebendo as demandas do setor privado para a logística brasileira.

– Não adianta investir em “pedaços” de rodovia, de ferrovia, de porto. É necessário investir em um sistema que escoe a produção – afirmou Pavan durante o seminário da Abag.

Menos burocracia pode melhorar escoamento da safra

O sócio da consultoria Macrologística, Olivier Girard, aponta que a integração dos sistemas de fiscalização nos portos brasileiros pode ser a solução para evitar os gargalos no escoamento da safra do país. Segundo ele, ainda há tempo para que órgãos como Receita Federal e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) adotem uma convergência nos trabalhos, o que diminuiria a burocracia na exportação dos produtos agrícolas.

A falta de rotas alternativas para escoar a safra 2013 criou uma forte concentração no sistema portuário brasileiro. Sem ferrovias e hidrovias suficientes e com estradas em péssimas condições, quase dois terços dos grãos exportados são destinados para Santos, em São Paulo, e Paranaguá, no Paraná, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O restante é dividido entre 16 terminais espalhados pela costa do Brasil.

Girard ressalta que em situações normais, essa dependência já não é saudável, num cenário de produção recorde da soja, os problemas aumentam.

– No segundo semestre teremos gargalos, gargalos e gargalos. Estamos padecendo da falta de planejamento dos últimos 10, 15 anos – concluiu.

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Agência Estado