CNTA divulga pesquisa que traça o perfil dos trabalhadores da indústria da carne no país

Estudo indica que 59% do total de trabalhadores do setor são homens e 41% mulheres, mas a remuneração das mulheres atinge apenas 73% do salário dos homensA Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA) divulgou nesta terça, dia 25, uma pesquisa feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) que traça um perfil dos trabalhadores da indústria da carne no país com base em informações da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2011, do Ministério do Trabalho e Emprego. Nesta segunda, dia 24, CNTA divulgou a Cartilha dos Trabalhadores do Setor Frigorífico.

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O levantamento indicou que o número de trabalhadores na indústria da carne era, em 2011, de 413.540. A pesquisa aponta que a remuneração média dos trabalhadores da indústria também variou de forma considerável entre as diversas regiões. A maior remuneração média estava no Sudeste com R$ 1.715,87 e a menor na Região Nordeste com R$ 1.091,68.

De acordo com Fernando Amorim, economista do Dieese, a pesquisa, constatou, por exemplo, que homens e mulheres não ganham a mesma coisa e que os trabalhadores do Nordeste ganham menos que os colegas do Sudeste.

– Cerca de 71% dos trabalhadores do setor estão nas regiões Sul e Sudeste, onde estão também as maiores remunerações – disse Amorim.

A pesquisa indica que 59% do total de trabalhadores do setor são homens e 41% mulheres. Mas a remuneração das mulheres atinge apenas 73% do salário dos homens, em média.

– Não se pode mais aceitar que uma mulher ganhe menos que um homem fazendo a mesma função – disse o economista.

No ano de 2012, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – Ministério do Trabalho (CAGED) a Indústria da Alimentação apresentou variação absoluta positiva no emprego formal de 20.025 postos de trabalho no Brasil.

Durante o todo o ano de 2012 e início de 2013, o salário dos admitidos representou, em média, 92,6% do salário dos desligados. Em 2013, com dados de janeiro e fevereiro a disposição, a variação absoluta já é negativa em 2.742 postos de trabalho.

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