Governo promete R$ 180 bilhões de investimentos em infraestrutura em quatro anos

Especialistas estimam que 9% de tudo que é produzido hoje é gasto para cobrir os custos provocados pela ineficiência do sistema viárioNunca os armazéns brasileiros ficaram tão cheios, a safra de grãos 2012/2013 foi recorde, com mais de 160 milhões de toneladas e a grande produtividade provocou aumento de 9,7% do PIB do agronegócio no primeiro trimestre deste ano. O bom resultado do setor teve impacto no Produto Interno Bruto (PIB) do país, sendo responsável pelo crescimento de 0,6%.

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– O setor de agronegócio tem crescido acima de qualquer índice. Nós crescemos quase 11% nos últimos doze meses e esperamos crescer acima dos outros setores econômicos – afirma o ministro de Agricultura e Pecuária Antônio Andrade.

Mas quem produz reclama que as condições para escoamento ainda são precárias. A estimativa é que 9% de tudo que é produzido hoje é gasto para cobrir os custos provocados pela ineficiência do sistema viário.

Edeon Vaz Ferreira, diretor executivo do Movimento Pró-Logística, alerta que o país tem apenas 10 mil quilômetros úteis para escoamento, e chama atenção para os problemas que devem ser enfrentados na próxima safra, quando a produção será 14% maior, alcançando 185 milhões de toneladas de grãos.

O ministro da Agricultura garante que medidas estão sendo tomadas. Nos próximos quatro anos deverão ser investidos R$ 140 bilhões na construção de novas rodovias e ferrovias e outros R$ 40 bilhões na melhoria do transporte fluvial.

– Quando vai para a exportação, perdemos competitividade por causa da infraestrutura que não foi pensada ao longo dos últimos anos. Estamos trabalhando junto com os ministérios dos Portos e Transportes no sentido de termos portos mais ágeis, mais competitivos, para aumentar a nossa competitividade nacional – diz o ministro Antônio Andrade

A modernização dos portos brasileiros, prevista naLei dos Portos, que foi regulamentada nesta sexta, dia 28, é uma aposta do governo federal para agilizar as exportações e reduzir o desperdício da produção.

– A criação de condições para que os investimentos em terminais privados fora da área do porto aconteçam de uma forma mais intensa e mais competitiva e vai criar condições para que nós façamos uma ampliação mais rápida da nossa capacidade de movimentação portuária – avalia Bernardo Figueiredo, presidente da Empresa de Planejamento e Logística.

Estocagem

Outra grande preocupação é a falta de armazéns para estocagem. Atualmente, o país possui um déficit de estocagem 39 milhões de toneladas. Além de não ter armazéns suficientes, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) 70% dos que já existem no Brasil não têm condições de uso. O governo anunciou R$ 25 bilhões para construção de novas unidades, mas há dúvidas se será suficiente. Edeon Vaz Ferreira, diretor executivo do Movimento Pró-Logística aponta que há insegurança com relação ao processo de licenciamento ambiental diz que este credito deveria ser disponibilizado a todos: produtores, associações e cooperativas.

Nesta semana, o Canal Rural apresentou uma série de reportagens sobre os principais desafios do governo no agronegócio brasileiro. Confira as outras:

>> Regulamentação do Código Florestal é adiada devido a protestos em todo o país

>> Brasil para em manifestações por melhor qualidade nos serviços e menos corrupção na política

>> Conflito entre agricultores e índios ainda é um impasse para o governo federal

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