Preocupados com essa situação, o secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Valter Bianchini, e o superintendente do Banco do Brasil no Paraná, Danilo Angst, promoveram uma reunião na Emater-PR com prefeitos, secretários de agricultura dos municípios, representantes de sindicatos dos trabalhadores na agricultura para encontrarem uma solução para a elevada inadimplência.
Participaram do encontro o delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário no Paraná, Reni Denardi, o presidente em exercício da Emater-PR, Carlos Biasi, o deputado estadual Elton Welter (PT), o diretor da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep), Aristeu Ribeiro e a prefeita de Santa Mariana Maria Aparecida Souza Lima Bassi, representando os prefeitos do Estado.
A dívida elevada pode comprometer a concessão de novos empréstimos, o que pode prejudicar a produção e os investimentos da Agricultura Familiar, alertou Bianchini. O superintendente do Banco do Brasil, acompanhado da diretoria do Banco, fez um apelo aos prefeitos, secretários e representantes dos sindicatos. Pediu para que contatem os devedores e que sejam orientados a renegociarem suas dívidas junto às agências bancárias. Segundo Angst, todos os débitos podem ser renegociados e até prorrogados para atingir o objetivo que é o resgate do crédito para a Agricultura Familiar.
As taxas de juros da renegociação permanecem as mesmas do Pronaf. Nos financiamentos de custeio elas variam de 3% a 5,5% e de investimentos varia de 2% a 5,5%.
O temor é que um agravamento dessa situação possa levar à extinção dos empréstimos do Pronaf, um mecanismo que vem promovendo a realização dos projetos de produção e de investimentos na pequena propriedade. Segundo Bianchini, o Pronaf é resultado de conquista da Agricultura Familiar nos últimos 10 anos e é imprescindível reduzir o índice de inadimplência para que o banco possa continuar emprestando para os pequenos agricultores.
Segundo Denardi, o Pronaf aumentou as aplicações no Paraná de um total de R$ 300 milhões na safra 2002/2003 para acima de R$ 1 bilhão atualmente. Para que esses recursos sejam aplicados com juros baixos ao produtor rural, o programa utiliza recursos do Tesouro Federal, que já embute subsídios, e foi concebido para o banco operar com uma margem mínima nas operações bancárias, disse Angst do BB.
? A contrapartida do beneficiário é pagar as contas em dia e a inadimplência não pode ficar acima de 2% porque o banco passa a operar com déficit ? acrescentou.