Rizicultores gaúchos criticam congelamento do preço mínimo

Governo mantém em R$ 25,80 a saca do arroz para Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Estados que respondem por 70% da produção nacional do cerealA Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) recomenda cautela aos produtores no plantio da próxima safra, apesar de os preços atuais estarem positivos e serem boas as perspectivas para a entressafra. O motivo da precaução é o fato de o governo ter mantido congelado em R$ 25,80 a saca do preço mínimo do arroz para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Estados que respondem por 70% da produção nacional do cereal.

Para reduzir o impacto no abastecimento do risco de possíveis perdas por adversidades climáticas e pragas nas principais regiões produtoras de arroz, o governo decidiu elevar os preços mínimos e incentivar o plantio em outros Estados, a fim de reduzir a concentração da produção. A explicação foi dada pelo secretário-adjunto de Política Agrícola do Ministério da Fazenda, João Rabelo Filho, durante a divulgação dos preços mínimos da safra 2013/2014.

Daire Coutinho, vice-presidente da Federarroz, alerta que os produtores vêm sendo surpreendidos pelos aumentos de custos de insumos bem acima do esperado para a formação das lavouras da safra 2013/2014. Daire lembra que a maior parte dos insumos é importada e está atrelada ao dólar em alta. Ele cita como exemplo o herbicida glifosato, “cujo aumento beira 70% e deve onerar pesadamente o desembolso para a próxima temporada”.

A recomendação da Federarroz é de que os agricultores mantenham estável a área de lavouras para a safra 2013/2014, levando em conta o que pode acontecer a partir do aumento da oferta. Renato Rocha, presidente da entidade, diz que não se pode planejar o plantio considerando os preços atuais, que se referem à safra já colhida.

– Evitar um aumento de área e de oferta, seguir na diversificação, é algo que os arrozeiros podem fazer para ajudarem a construir uma comercialização mais adequada aos seus custos na próxima safra – diz Rocha.

Na semana passada o Conselho Monetário Nacional aprovou reajuste do preço mínimo apenas para o arroz colhido acima do Paraná. O arroz longo fino em casca produzido no Sudeste, Nordeste, Centro-Oeste (exceto MT) e Paraná valorizou 6,6%, de R$ 30,96 a R$ 33,00 (60 kg). O grão do Norte e Mato Grosso, valorizou 12,9%, de R$ 28,23 a R$ 31,86 (60 kg). 

Agência Estado