O coordenador do programa Água para a Vida, da WWF-Brasil, Samuel Barreto, afirma que fenômenos recentes como a passagem do furacão Katrina, pelos Estados Unidos, em 2005, e as inundações deste ano no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, são consequências das mudanças climáticas.
Para chamar a atenção sobre o assunto, a entidade promove próximo sábado o ato Hora do Planeta. O objetivo é mobilizar mais de um bilhão de pessoas em mil cidades no mundo a apagar as luzes para simbolizar a preocupação com os efeitos do aquecimento global.
? Queremos convocar a sociedade para este grande ato. Precisamos pensar estratégias de controle dos efeitos do aquecimento global e combater as causas. Os eventos climáticos estão acontecendo com maior intensidade e num período cada vez mais curto ? disse o biólogo em entrevista à Agência Brasil.
Para ele, é preciso que as propostas para o país contidas no Plano Nacional de Mudanças Climáticas, aprovado em 2008, sejam implementadas rapidamente.
? Precisamos saber o que está acontecendo regionalmente. Os relatórios de mudanças climáticas mostram que haverá uma desertificação da parte oriental da Amazônia e uma ampliação da região do semi-árido ? argumentou.
Barreto alerta para a necessidade de governos, iniciativa privada e sociedade preparem-se para os riscos, vulnerabilidades e impactos da destruição dos sistemas naturais. Segundo ele, nas áreas urbanas a falta de tratamento de esgoto compromete a qualidade das águas, e no meio rural o desmatamento prejudica a capacidade de recarga do ciclo hídrico, conduzindo à escassez.
? O mau uso dos recursos hídricos leva à escassez, o que pode gerar conflito entre as populações ? afirmou.
O biólogo também apontou avanços na conscientização da população. De acordo com ele, uma pesquisa realizada pelo Ibope em 2008, a pedido da WWF, em 2008, mostra que 90% da população acredita que o Brasil terá problemas com a água no futuro e vê como principais causas para isso o desperdício (47%) e o desmatamento (22%).
Para o representante da entidade, as mudanças de comportamento que podem alterar esse cenário devem começar dentro de casa.
? Reduza um a dois minutos o tempo de banho e economizará de três a seis litros de água. Ao multiplicarmos este volume pelo número de habitantes de uma cidade percebemos que ações individuais podem trazer impactos positivos ? destacou Barreto.