CNA destaca queda de 24% no preço do café na safra 2012/2013

Cotação média da saca de 60 quilos ficou em R$ 340,83, valor R$ 105,2 abaixo do registrado na safra passadaO preço médio do café na safra 2012/2013 (de julho de 2012 a junho deste ano) apresentou queda de 24%. A cotação média da saca de 60 quilos ficou em R$ 340,83, valor R$ 105,2 abaixo do registrado em igual período da safra anterior, conforme cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). A avaliação faz parte de boletim de custos e preços, elaborado pelos técnicos da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Os técnicos da CNA consideram que o volume de negócios com café manteve-se baixo em junho, em função das chuvas que atrasaram a colheita em Minas Gerais e em São Paulo. Eles comentam que o preço médio do café calculado pelo Cepea em junho foi de R$ 285,71/saca, valor 7% menor que o preço mínimo definido pelo governo (R$ 307/saca) e 21% abaixo da média observada no mesmo mês do ano passado.

– No cenário interno, cabe destacar, ainda, que o setor aguarda o lançamento do Programa de Opções Públicas de Venda para três milhões de sacas – informa o boletim.

Ao analisar o comportamento do mercado nas principais praças, os técnicos da CNA citam que em Luís Eduardo Magalhães (BA), o café no mês passado foi cotado a R$ 273,47/saca, em queda de 4,6% em relação a maio e 15,58% ante junho de 2012. Em Iúna (ES), a cotação da saca de café caiu 2,8% na comparação com maio (para R$ 260,06); em Ribeirão do Pinhal (PR) recuou 3,3% (para R$$ 274,41/saca); e em Santa Rita do Sapucaí (MG) a queda foi de 3% (para R$ 278,47/saca).

Milho

Segundo as informações do boletim da CNA os preços de milho em Sorriso (MT) em junho foram de em média R$ 16,23/saca, valor 0,9% inferior ao do mês anterior e 2,3% abaixo de junho de 2012. Já em Unaí (MG), a saca de milho foi cotada a R$ 23,26 a saca, em alta de 4,5% em relação a maio. Em Londrina (PR), o milho foi comercializada em média a R$ 23,82/saca, valor 7,2% acima do registrado no mês anterior.

Os técnicos da CNA comentam que a estimativa de um grande volume de milho para a segunda safra, de quase 46 milhões de toneladas, pode levar os preços internos a sofrer uma pressão baixista. Eles ressaltam que, considerando as várias safras no país, a área plantada atingiu 15,3 milhões de hectares, com uma produção de 82,7 milhões de toneladas que, somada ao estoque de passagem, resulta na oferta de 85,5 milhões de toneladas neste ano.

A estimativa dos técnicos é que entre 52 milhões e 53 milhões de toneladas de milho deverão ser absorvidas pelo mercado interno, enquanto o governo deverá comprar entre 4 milhões a 6 milhões de toneladas para recompor seus estoques, restando um excedente de 27 milhões a 28 milhões de toneladas para encontrar demanda externa. Eles observam que as projeções do mercado são de potencial de exportação de 17 milhões de toneladas de milho, uma vez que entre fevereiro e junho deste ano foram embarcadas 5 milhões de toneladas e que são estimados para agosto e setembro embarque em torno de 4 milhões a 5 milhões de toneladas.

Feijão

Na análise do mercado de feijão, os técnicos da CNA observam que o preço do grão carioca manteve-se praticamente estável em Unaí (MG), cotado a R$ 223,61/saca, apresentando leve aumento de 0,6% em relação a maio. O preço subiu 19,8% na comparação com junho do ano passado.

Segundo os técnicos, o mercado em junho registrou reduzido número de negócios, por causa da falta de feijão extra no mercado. “Nas regiões produtoras de feijão carioca, no Centro-Sul, os preços seguem em queda por causa da colheita e, no Norte/Nordeste, o mercado mantém-se firme em virtude da escassez do produto”, dizem eles, observando que no Paraná o valor médio foi de R$ 167,50/saca, o que representa uma queda de 15% na comparação com maio, mas em relação a junho do ano passado a alta foi de 17%.

Já o preço do feijão preto apresentou leve alta. O boletim relata que os preços subiram 6% em relação a maio e de 25% ante o mesmo mês de 2012. Os técnicos salientam que, por causa de parte da demanda interna ser atendida por importações, “os preços seguem sustentados pela desvalorização do real frente ao dólar”. Segundo eles, no caso da China, principal fornecedor brasileiro, além do baixo estoque, a qualidade do produto deixa a desejar. Para complicar ainda mais, o clima adverso prejudicou a qualidade do grão e limitou o plantio, na Argentina, que também fornece feijão preto para o Brasil.

Algodão

Os preços do algodão no mercado interno em junho subiram 5% em relação a maio e 32,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Os técnicos da CNA explicam que a alta se deve a menor oferta e valorização cambial. Segundo eles, em junho foram comercializadas 693.110 toneladas de algodão da safra 2012/2013, o que corresponde a 55% da produção estimada pela Conab. 

Agência Estado