Hugueney defende criação de cadeias produtivas para agronegócio

Ex-embaixador do Brasil na China vê que o setor não é apenas uma atividade agrária, mas a incorporação de cadeias técnicas de biotecnologia, maquinários, entre outrosO agronegócio é, na visão do ex-embaixador do Brasil em Pequim, na China, Clodoaldo Hugueney, um dos principais setores para os quais o país poderia criar cadeias produtivas para melhor se inserir no comércio internacional.

Hugueney, que participou na quinta, dia 25, do evento “Brasil-China: Riscos e Oportunidades”, realizado em São Paulo pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), fez a afirmação no contexto da sua palestra, segundo a qual a economia mundial passa por transformações que ampliam a concorrência para o comércio nos mercados internacionais.

De acordo com o ex-embaixador, o setor não é mais uma atividade meramente agrária. Segundo ele, trata-se de um setor que incorpora uma cadeia técnica muito grande de biotecnologia, maquinários, entre outros.

– Temos que jogar fora as ideias Cepalinas, que contemplavam a produção agrícola como apenas uma atividade agrária – disse o ex-embaixador ao se referir à Comissão Econômica para a América latina e o Caribe (Cepal), criada em 1948.

Para ele, há no setor agropecuário espaço para uma grande cadeia produtiva, como o setor automotivo.

– Não temos hoje um carro 100% nacional – disse o ex-embaixador, explicando que as peças que compõem os carros brasileiros são produzidas em países diferentes.

Outro setor com potencial para se criar uma cadeia produtiva, de acordo com Hugueney, o de papel e celulose. De acordo com ele, o Brasil é forte na produção de celulose, mas pouco representativo na produção de papel.

– Agora, não podemos nos engajar em tudo que é produção e deixar de lado a competitividade. Isso não era a lógica nem da época em que eu negociava com a Cepal a substituição de importações – disse o ex-embaixador.

Além de defender as cadeias de produção como a melhor forma de o Brasil se colocar melhor no comercio exterior, Hugueney é adepto de que o Brasil, “sem matar” o Mercosul, faça acordos bilaterais com outros países e blocos comerciais.

Agência Estado