A liberação dos reféns foi a condição da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) para antecipar para esta terça a reunião, que estava remarcada para quarta. A negociação aconteceu junto com representantes da Funai de Brasília, Copel e Ministério Público Federal. Os caingangues concordaram em receber a quantia de R$ 1,5 milhão, que vão ser corrigidos com base na data da definição da obrigação pela Justiça Federal, em 2005. O benefício se refere aos impactos econômicos, ambientais e culturais pela instalação de torres de transmissão de energia na área da reserva, em 1966.
Com a correção monetária aplicada sobre o valor, o recurso pode chegar a R$ 1,8 milhão. O termo de ajustamento de conduta vai estabelecer os critérios para o uso do dinheiro, como o tipo de projeto que vai ser desenvolvido na reserva. A Copel fica responsável por custear a elaboração dos projetos. A execução vai ser paga com o recurso depositado.
O valor vai ficar depositado em uma conta e será fiscalizado pelo Ministério Público Federal. Os caingangues disseram que fizeram os reféns para acelerar o processo de indenização. O sociólogo da Copel, Alexandre Húngaro da Silva, foi um dos reféns. Ele disse que não foi agredido e entende a ação como consequência da falta de políticas públicas para a população indígena no Brasil.