– Há duas ferramentas para avançarmos em produtividade na pecuária: tecnologia e crédito. Temos ambas. Mas o problema é que o acesso ainda é complicado. Temos que democratizar o crédito para avançar em tecnologia. E o acesso à tecnologia precisa ser mais difundido ao setor afirmou.
Na pecuária, conforme Sampaio, o uso de tecnologia permite avanços no setor de cria.
– Com a integração com a agricultura, por opção de maior rentabilidade do produtor, é o segmento da cria que está sendo empurrada para essas áreas, o que ajuda na incorporação de tecnologias para a atividade – declarou.
O diretor executivo da Abiec comentou que mesmo com as limitações no acesso ao crédito e à tecnologia, o processo de aumento de produtividade está acontecendo na pecuária e se acelerou nos últimos 15 anos.
– Muito foi por conta de queda da inflação, onde o boi deixa de ser uma poupança; e também pelo aumento de demanda externa e interna pela proteína – disse.
Segundo ele, nos últimos 10 anos, a pecuária cedeu sete milhões de hectares para a agricultura.
– Nas áreas onde a agricultura está entrando é possível que a produção de carne aumente, porque há a integração e a produção acaba sendo mais eficiente – declarou.
Ele ressaltou, ainda, que até 2022 a agricultura vai ganhar mais 15 milhões de hectares, sendo 10 milhões de hectares oriundos da pecuária (em áreas de cerrado, no Maranhão, Piauí e Tocantins).
O pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária, Eduardo Delgado Assad, que também participa do painel, concorda que somente o uso intensivo de tecnologia fará a produção agropecuária brasileira aumentar.
Somente com a recuperação de pasto, por exemplo, temos condições de ter mais carbono no solo e evitar o desmatamento da Amazônia. E isso se reflete em aumento de produtividade – ressaltou.