É o que diz diretor executivo da empresa, Chaiboun Ibrahim Darwiche. Muitos processos de solicitação de credenciamento estão em andamento e este reconhecimento do sírionos dá um aval. Conforme Darwiche, ter a certificação halal reconhecida por um Ministério Religioso de um país árabe é importante, pois envolve uma questão de respeito em todo o mundo islâmico.
A certificação da SiiLhalal resultou da visita de uma missão com autoridades religiosas da Síria, que chegou ao Brasil no mês passado e visitou frigoríficos nos Estados do Paraná e Goiás. São frigoríficos de aves e bovinos que atendem aos preceitos islâmicos. Um dos objetivos da visita era reconhecer e habilitar a Serviço de Inspeção Islâmica (SIIL) como Certificadora para o país.
– A certificação contribui para explorar a capacidade de exportação para o país, não apenas no mercado de carnes, mas em outros tipos de produtos halal como cereais, aromas e cosméticos – complementa Darwiche.
A SiiLhalal já teve sua certificação halal habilitada para a Europa, alguns países da Ásia e África. No universo muçulmano, o certificado já foi reconhecido por alguns países árabes.
O termo “halal” significa produto lícito para consumo, ou seja, durante o processo de produção foram respeitados diversos quesitos sanitários e religiosos. A certificação halal abre as portas para um mercado em franca expansão. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU) o islamismo é a religião que mais cresce no mundo. Os muçulmanos consomem apenas alimentos halal, seguindo os preceitos do Alcorão, livro sagrado do Islam.
O Brasil é um dos países que mais exporta produtos halal, mas tem muito ainda a avançar neste mercado. O potencial de consumo halal gira em torno de US$ 580 bilhões ao ano, sendo que entre US$ 120 bilhões e US$ 130 bilhões estão concentrados em 22 países árabes.
Conforme o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), três produtos correspondem a 95% do total agrícola exportado pelo Brasil para o país sírio. São eles: açúcar bruto, açúcar refinado e café verde. Outros produtos com participações relevantes na pauta são: milho (US$ 8,466 milhões); carne de frango in natura (US$ 8,058 milhões) e carne bovina in natura (US$ 2,918 milhões).
A Síria importou, em 2009, US$ 16,5 milhões de carne bovina, desossada e congelada, sendo que apenas 6,13% desse valor foram importados do Brasil. Nesse mesmo ano, o Brasil participou com 27,07% do comércio mundial do produto.