Hanzen ressaltou que a empresa aposta forte no Brasil, país que tem posição única para se tornar o celeiro do mundo, combinando fartura de terras, água e tecnologia. Ele salientou, porém, que isso tudo de nada adianta, “sem uma boa nutrição das plantas”. O Brasil é o quarto maior mercado de fertilizantes do mundo.
Com relação à reivindicação da indústria química nacional, que quer restaurar a Tarifa Externa Comum (TEC) para 16 tipos de matérias-primas importadas, o presidente da Yara Brasil comentou que essa discussão vai levar tempo para amadurecer. Segundo ele, o assunto não pode ficar polarizado (entre a indústria nacional e o setor misturador).
– É preciso ampliar o debate e levar em conta que o Brasil importa de 65% a 70% da sua necessidade de matéria-prima para fertilizantes – argumentou.
Contrapartida
Apesar de a Yara Brasil considerar o aumento do dólar favorável a para o setor de fertilizantes, especialistas dizem que o atual patamar do dólar deixa em alerta o agronegócio brasileiro. Se por um lado, a valorização da moeda norte-americana é positiva para as exportações das commodities, aumentando os ganhos do produtor rural, a pressão sobre os custos é grande, já que parte dos fertilizantes e defensivos utilizados nas lavouras do país são importados.
O diretor da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), Eduardo Daher, explica que os principais insumos agrícolas são fixados em dólar. O diretor afirma que, a princípio, o dólar alto é favorável ao produtor, já que reforça as oportunidades de exportação e com isso, o aumento da rentabilidade. Mas depois é preciso incluir na conta o custo deste câmbio valorizado, que impacta nas compras de insumos, já que o valor pago será taxado de acordo com preço da moeda americana do dia no pagamento.
– A gente acha que esse dólar está sob controle. Porém, ele opera nas famosas faixas. O câmbio opera, hoje, entre R$ 2,1 até R$ 2,3. O governo não vai deixar o valor cair, mas não vai deixar superar o maior valor, porque geraria uma insegurança para outros setores. Bom para a agricultura, bom para o produtor rural, mas num segundo momento ele paga mais no defensivo, no fertilizante, que é gravado em dólar – explica Daher.