Funcionário da Petrobras denuncia suposto esquema de corrupção envolvendo ministro da Agricultura

Segundo reportagem da revista Época, Antônio Andrade seria um dos envolvidos em esquema para favorecer parlamentares do PMDB e a campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010A última edição da revista Época traz uma reportagem revelando um suposto esquema de corrupção na Petrobras envolvendo o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Antônio Andrade. Segundo o engenheiro de carreira da Petrobras e ex-diretor da BR Distribuidora, João Augusto Rezende Henrique, Andrade seria um dos envolvidos em um esquema para favorecer parlamentares do PMDB e a campanha presidencial de Dilma Rousseff (PT) em 2010.

De acordo com as declarações de Henrique na reportagem, todos os contratos na área internacional da Petrobras tinham de passar por ele, que cobrava um pedágio dos empresários interessados. Segundo o ex-diretor da BR Distribuidora, de 60% a 70% do dinheiro arrecadado dos empresários era repassado ao PMDB, principalmente à bancada mineira do partido na Câmara. À revista, Henrique teria dito que o dinheiro era distribuído entre dez deputados, entre eles o atual ministro da Agricultura e o presidente da Comissão de Finanças da Câmara, João Magalhães.

A reportagem revela, ainda, que o secretário de Finanças do PT, João Vaccari, recebeu US$ 8 milhões, repassados durante a campanha presidencial do PT, em 2010. Conforme a revista, o dinheiro da campanha foi pago pela construtora Odebrecht, a partir de um contrato fechado com a área internacional da petrolífera. Henrique admite que ficou com parte do dinheiro e repassou ao PMDB entre US$ 10 milhões e US$ 11 milhões.

Segundo Época, o engenheiro disse também que chegou a fechar outro contrato para que a Petrobras alugasse um navio-sonda. Ele teria recebido uma comissão de US$ 14,5 milhões e repassado US$ 10 milhões ao PMDB.

A reportagem afirma que ainda são necessárias investigações oficiais para apurar todas as denúncias feitas pelo engenheiro. O ministro da Agricultura não quis comentar o caso.

Assista ao comentário de Miguel Daoud sobre o assunto:

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