A estimativa para a produção de soja caiu de 93,08 milhões de toneladas para 88,59 milhões de toneladas (quase 4,5 milhões de toneladas a menos), e a produtividade foi reduzida de 50,45 sacas por hectare para 48,3 sc/ha. Os estoques também apresentaram recuo, passando de 8,03 milhões para 5,99 milhões de toneladas. Os Estados Unidos são o maior produtor da oleaginosa no mundo.
No caso do milho, a projeção para a safra norte-americana caiu de 354,35 milhões de toneladas para 349,6 milhões de toneladas. O rendimento das lavouras passou de 165,65 sacas para 163,42 sc/ha. Os estoques do cereal nos EUA também foram reduzidos e ficaram em 46,66 milhões de toneladas contra as 49,76 milhões de toneladas estimadas em um boletim de julho.
De acordo com o analista de mercado Flávio França, o clima nos Estados Unidos, em geral, está bom, com exceção de algumas regiões agrícolas importantes, onde o clima está irregular, com calor e falta de chuva. A redução foi uma surpresa devido às temperaturas baixas no Meio-Oeste dos EUA, que seriam favoráveis ao desenvolvimento das plantações.
As revisões para baixo nos números (outros relatórios preliminares foram divulgados no primeiro semestre) mudam o contexto do agronegócio. Segundo França, os dados não chegam a inverter o quadro de preços, apesar de sinalizarem uma melhora. Ele alerta que o produtor brasileiro não deve comemorar antecipadamente.
– O mercado está em alta, reagindo a esses números surpreendentes, no sentido de área, rendimentos e safras menores. O mercado esperava números bem maiores dos que os divulgados hoje. Porém, esse é o primeiro relatório. Há outros em setembro, outubro e dezembro. Evidentemente, pode mudar muita coisa. O produtor brasileiro não deve sair comemorando antecipadamente. Por enquanto, nao tem espaço para o mercado voltar para níveis como o do final do ano – afirma.
De acordo com a Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, os números foram positivos para os preços, tanto que após a divulgação do relatório, houve alta nas cotações.
– Para o Brasil, o relatório divulgado pelo USDA traz números praticamente idênticos aos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para as safras brasileiras de soja (82 milhões de toneladas) e de milho (80 milhões de toneladas) – salientou o assessor da secretaria, Sávio Pereira.
Neste mesmo relatório, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos já prognostica um aumento de 82 milhões de toneladas para 85 milhões de toneladas na produção de soja em 2013/14 do Brasil e redução de 80 milhões de toneladas para 72 milhões toneladas de milho.
Para o trigo, o USDA manteve a estimativa de safra inalterada, em 2,114 bilhões de bushels (57,54 milhões de toneladas), enquanto analistas esperavam uma pequena redução, para 2,106 bilhões de bushels (57,32 milhões de toneladas).
Bolsa de Mercadorias de Chicago
Com o corte de safra de dos estoques, os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam esta segunda com preços firmes. O mercado reagiu positivamente ao relatório do USDA. Analistas previam a indicação de cortes, mas estes superaram as projeções do mercado.
Segundo o USDA, os sojicultores norte-americanos irão produzir 3,255 bilhões de bushels, contra 3,420 bilhões de bushels do grão projetados em julho e ante os 3,336 bilhões de bushels estimados pelo mercado. A produtividade da safra 2013/2014 está estimada em 42,6 bushels por acre, contra os 44,5 bushels por hectare no relatório anterior.
O USDA aponta que os estoques finais de soja no país somarão 220 milhões de bushels. Em julho, a previsão era de 295 milhões de bushels e no ano anterior ficou em 125 milhões de bushels, número mantido pelo USDA.
Safra mundial
A estimativa para a safra mundial ficou em 281,72 milhões de toneladas. Em julho, o número era de 285,89 milhões de toneladas. Os estoques globais foram reduzidos de 74,12 milhões para 72,27 milhões de toneladas.
Em relação à América do Sul, o USDA indicou safra de 85 milhões de toneladas para o Brasil, mantendo a previsão do mês anterior. A estimativa para a produção da Argentina foi mantida em 53,5 milhões de toneladas. O Paraguai teve número mantido em 8,4 milhões de toneladas.
A China deverá produzir 12,5 milhões de toneladas e importar 69 milhões de toneladas, repetindo a previsão feita no relatório do Departamento no mês anterior.