Tyson Foods suspende compra de gado alimentado com aditivo de crescimento nos Estados Unidos

JBS e National Beef vão continuar comprando animais que receberam ZilmaxA Tyson Foods informou que vai parar de comprar nos Estados Unidos animais alimentados com Zilmax, um aditivo de crescimento, a partir de 6 de setembro. O produto faz parte de uma linha popular de beta-agonistas usada para ajudar no ganho de peso e na qualidade da carne. A Tyson é a primeira companhia na indústria a fazer a mudança.

– Nós não sabemos a causa específica desses problemas, mas alguns especialistas em saúde animal sugerem que o uso do suplemento alimentar Zilmax, também conhecido como zilpaterol, é uma causa possível – diz a empresa em uma carta enviada a pecuaristas. A carta cita casos de animais vivos entregues para o abate incapazes de caminhar ou mesmo de se mover.

A empresa que produz o Zilmax, Merck Animal Health, divulgou um comunicado alegando que o produto é seguro.

– Baseados em todos os dados disponíveis sobre o Zilmax, temos certeza de que a experiência relatada pela Tyson não está relacionada com o Zilmax.

Rússia e China, grandes importadores de carne, adotaram recentemente o embargo à ractopamina, uma substância similar usada na alimentação suína. O aditivo é aprovado pelos órgãos de segurança alimentar dos Estados Unidos e também do Brasil. A substância é misturada à ração na etapa final do confinamento.

JBS e National Beef vão continuar comprando gado alimentado com Zilmax

A companhia brasileira JBS e a norte-americana National Beef Packing informaram que não mudarão as práticas de compra de gado. O anúncio da Tyson Food levantou preocupações sobre um possível aperto na oferta de carnes e desencadeou um rali dos futuros de boi vivo na CME.

– A National Beef coloca alta prioridade ao bem-estar animal em nossas instalações e não planejamos alterar as práticas de aquisição de gados – informou a empresa na tarde dessa segunda-feira, dia 12.

Já a JBS, maior processadora de carnes do mundo, revelou ter observado problemas similares aos citados pela Tyson e acrescentou que continuará com a atual prática de “monitoramente extensivo” dos animais em suas unidades. O grupo brasileiro acrescentou que continuará aceitando animais alimentados com o Zilmax. Ambas as empresas adotaram postura semelhante à da Cargill, que havia declarado na semana passada que continuaria comprando gados alimentados com o suplemento.

Embora a restrição da Tyson Foods tenha inicialmente impulsionado os preços futuros do boi vivo, analistas consideram que, a menos que os concorrentes sigam o exemplo da empresa, o impacto nos preços da carne será limitado.