– Os preços praticados são bem inferiores ao que a gente viu no mesmo período do ano passado. Ele veio na trajetória de queda nos preços, trabalhando próximo das mínimas, inferior até aquela alta grande que começou em 2009, culminando em US$ 308 por saca e, hoje, a gente tem trabalhado em torno de US$ 149 por saca, níveis inferiores ao ano passado – disse.
A safra passada começou com um número significativo de contratos futuros, este ano foi diferente.
– Qualquer melhora de preço no mercado traz um volume muito grande de venda no café. O que foi isto? A safra do ano passado entrou com uma parte maior fixado, vendido antecipadamente. Então, isto tira um pouco café do mercado. Este ano já tinha expectativa que tinha muito pouco fixação por conta dos preços baixos, que se viu nas épocas das fixações do final para o começo deste ano. A gente não viu muita fixação – disse.
Mesmo com a onda de frio do mês passado, que atingiu as regiões produtoras no norte do Paraná, e interior de São Paulo e Minas Gerais, a produção da safra atual não deve ser prejudicada, segundo o analista de mercado, Eduardo Carvalhaes.
– O mercado não trabalha com a expectativa de faltar café, sobrou café da safra anterior. Não sabemos quanto café sobrou, mas o governo não divulgou o estoque de passagem no final de junho. Então, o mercado não sabe este número, o mercado estima que sobrou café. Alguns compradores falam em 10, 12 milhões de sacas. Acho exagero, mas este número corre no mercado porque não existe um número oficial de estoque de passagem no final de junho. Esta safra esta atrasada, mas agora acelerou a colheita. A qualidade da safra não deve ser boa, choveu no começo da colheita, mas deve ser suficiente para necessidade brasileira de exportação e consumo nesta safra – destaca o analista.
Na semana passada o governo anunciou que vai adquirir três milhões de sacas e marcou um leilão de opções para o mês de março. Para o próximo ano o cenário não é animador. A safra deve ser cheia e o volume produzido maior. A tendência é que os preços se mantenham estáveis, em muitos casos não cobrindo nem os custos dos cafeicultores.
– O ano de 2014 terá uma safra maior, safra das grandes. A expectativa é para números bastante grandes em termos históricos. De qualquer jeito tem que ficar de olho nos outros produtores mundiais. A gente não produz café sozinho, então, tem que ver o que vai acontecer nos outros produtores – disse.