A ampliação de duas áreas indígenas envolve 13 municípios e afeta diretamente milhares de produtores rurais. Só a cidade de Amarante deve perder 75% do seu território, prejudicando 20 mil pessoas ligadas à agricultura familiar.
– Isso vai contra a reforma agrária; tirar o homem do campo, colocar em uma cidade, sem ter o que comer, sem trabalhar. Os índios não reivindicam terras, mas assistência. Hoje, os índios têm terras improdutivas, não produzem, passam necessidade, passam fome – ressaltou a prefeita de Amarante, Adriana Ribeiro.
– Isso não é verdade. Qualquer cidadão sem território não tem vida. Quem primeiro viveu nas terras foram os índios, estamos buscando o que perdemos – rebateu o membro da Comissão de Política Indigenista, Lourenço Borges Milhomem.
Em abril do ano passado, o Ministério da Justiça havia dado o prazo de um ano para que as famílias deixassem as áreas. Porém, os agricultores continuam no local.
– A proposta é que seja feito um processo pactuado pelas duas partes, que elas possam receber benefícios de programas sociais da reforma agrária, de forma pacífica – disse o coordenador de índios isolados da Funai, Carlos Travassos.
– Os índios que estão lá podem ser preservados, mas não com ampliação de terras, mas com ampliação de recursos. O que estamos atrás é de uma solução para não usar a força. Faço o apelo para que o Ministério da Justiça não aperte esse botão. Nós sabemos que pode ter derramamento de sangue. Porque vai ter gente que vai defender a sua terra – destacou o deputado federal Weverto Rocha (PDT-MA).
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