Resolver o problema logístico do país deverá custar R$ 133 bilhões em até 25 anos

Números foram apresentados pelo presidente da EPL, Bernardo Figueiredo, durante o Fórum Interativo de Infraestrutura e LogísticaO presidente da Empresa de Planejamento e Logística S/A (EPL), Bernardo Figueiredo participou do Fórum Interativo de Infraestrutura e Logística, na Expointer nesta segunda-feira, dia 26. O evento faz parte de uma série de fóruns que o Canal Rural transmitirá ao vivo do evento.>> Acompanhe a cobertura completa da Expointer 2013

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O governo federal lançou no ano passado, o Programa de Investimentos em Logística: Rodovias e Ferrovias. O programa prevê investimentos de R$ 133 bilhões e irá contribuir para o desenvolvimento de um sistema de transporte adequado, moderno e eficiente no país.

Segundo Figueiredo, o programa foi construído com base em três metas: a disponibilização de uma ampla e moderna rede de infraestrutura; a obtenção de uma cadeia logística eficiente e competitiva; e a modicidade tarifária.

O dirigente, que comanda os investimentos em infraestrutura no Brasil, disse que o país, hoje, é dependente do transporte rodoviário. Segundo ele, é um sistema que opera acima do limite da sua capacidade.

– O país vive, atualmente, um gargalo logístico muito grande, é um problema crônico. Temos uma frota de caminhões antigos e estradas precárias. Além da formação de grandes filas nos portos, que gera ineficiência no transporte de cargas – destaca.
 
De acordo com o presidente da EPL, o Brasil está divido em quarto cadeias produtivas que, juntas, representam 80% da demanda do país.

–  As quatro cadeias são agropecuária, cana-de-açúcar, mineração e siderurgia e a indústria. A maioria dessas cadeias se concentra no centro do país. É nesse público que se pensa primeiramente quando falamos em infraestrutura – disse.
 
Segundo Figueiredo, no momento não é possível mudar esse quadro, devido à falta de ferrovias.

– Aproximadamente 90% da malha ferroviária que existe no país são antigas e não tem desempenho adequado, não tem como ser competitivo. Não é econômico e não atende o que o mercado espera de serviços logísticos. Os preços são altos, parecidos com o rodoviário – lamenta.

O presidente da EPL destaca que antes do país ser eficiente na logística através de ferrovias, deve melhorar o transporte rodoviário.

– É preciso uma estratégia para reverter em curto prazo esse problema.  É necessário ter eficiência no transporte rodoviário. Deve-se criar uma rede armazenadora, ter boas operações de carga e descarga. Além da duplicação de estradas – disse.

Figueiredo destaca que o governo vai duplicar diversas estradas em cinco anos.
 
– A ação de investimentos deve deixar de ser pontual e deve ser um trabalho contínuo. No ano que vem o governo deve entregar a BR-163, ela vai contribuir muito para o centro-oeste do país – afirma.

O programa da EPL pretende investir numa nova malha ferroviária, que cruze os quatro cantos do país.

– Vamos recuperar ferrovias e construir novas. A ampliação da malha ferroviária deve se iniciar até o final do ano. Serão 10 mil quilômetros de ferrovias, transportando 10 mil toneladas, com trens que poderão circular a 80 km por hora – salienta.

Segundo o presidente da EPL, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), foi executado com R$ 15 bilhões de contratos em 2013, mas a intenção é chegar ao nível de investimentos de R$ 100 bilhões.

– Temos a perspectiva de eliminar os gargalos logísticos. Estamos realizando um diagnostico para saber quais os investimentos que precisam ser contratados. Assim, poderemos realizar a construção de ferrovias de norte a sul do país – reforça.

O Programa de Investimentos em Logística prevê para as rodovias, um pacote de concessão para a iniciativa privada de 7,5 mil quilômetros de rodovias, dos quais 5 mil quilômetros serão duplicados. O investimento será da ordem de R$ 42 bilhões – R$ 23,5 bilhões em cinco anos e R$ 18,5 bilhões em 20 anos. Já para as ferrovias, serão aplicados R$ 91 bilhões na construção e modernização de 10 mil quilômetros de linhas férreas, sendo R$ 56 bilhões em cinco anos e R$ 35 bilhões em 25 anos.

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