Um bom sinal é a soja retirada dos 90 hectares de um total de 2,2 mil hectares cultivados na propriedade de Armindo Mugnol. Com um rendimento de 2,4 mil quilos por hectare, o produtor está otimista:
? O tempo (seco) atrapalhou um pouco, mas com essa produtividade e o preço atual do grão, acima dos R$ 40, vamos obter lucro com a safra ? destacou Mugnol, que calcula o custo da lavoura em 28 sacas (1,68 mil quilos) por hectare.
No Rio Grande do Sul, foram colhidos até agora cerca de 4% dos 3,727 milhões de hectares cultivados, conforme a Emater. A expectativa de produção é de 8,415 milhões de toneladas. Para o assistente técnico regional da Emater em Passo Fundo Cláudio Dóro, mesmo com a falta de chuva nas últimas semanas, esse número não deve ser alterado.
? Os produtores que estão colhendo agora sofreram mais com a falta de chuva. A tendência é de que nas próximas semanas tenhamos rendimento e qualidade superiores ? ressaltou Doro.
O coordenador da Central Internacional de Análises Econômicas e Estudos de Mercado Agropecuário da Unijuí, Argemiro Brum, comenta que estimativas mais otimistas apontam até produção superior a 9 milhões de toneladas. Mas Brum aposta em menos de 8,5 milhões de toneladas. O recorde gaúcho foi registrado em 2007, com produção de 9,9 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento.
Para Flávio Roberto de França Junior, analista de mercado de soja da Safras & Mercado, a confiança com o pacote dos Estados Unidos contra a crise provocou alterações positivas também no cenário da oleaginosa. Na Bolsa de Chicago, o bushel (equivalente a 27,21 quilos) subiu de US$ 8,50 para US$ 9,50 nas últimas semanas.
? Agora estão todos de olho no anúncio da intenção de plantio dos Estados Unidos, no dia 31 de março. Se for confirmado o aumento da área de soja lá, o preço da soja pode ser pressionado para baixo nos próximos meses ? disse França.